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Glória Perez diz que reprises de novelas das 21h à tarde são "mutiladas"

Por Redação com Na Telinha 02/08/2015 21h09
Glória Perez diz que reprises de novelas das 21h à tarde são 'mutiladas'
- Foto: Divulgação

Na última segunda-feira (27), a Globo estreou a reprise de "Caminho das Índias" no "Vale a Pena Ver de Novo".

Autora da novela, Glória Perez acredita que sua história irá conquistar novos telespectadores, mas deixa claro que a trama sofreu alterações por causa da classificação indicativa.

“Esse é o problema das novelas das 21h quando passam à tarde. Dependendo do tema que abordam, acabam muito mutiladas”, diz ela à coluna Outro Canal, do Jornal Folha de S.Paulo. E completa: “Aconteceu com ‘O Clone’. Um dos pontos fortes da novela era a campanha das drogas. Na reexibição ficou praticamente apagada”.

Na entrevista, Glória Perez falou sobre a nova maneira de se ver televisão, conectado nas redes sociais: "Sempre foi uma tradição assistir às novelas em grupo. Antes das redes sociais, eles estavam restritos aos limites da sala. Com as redes, caem as paredes: você pode assistir comentando com pessoas de todos os Estados. Observo que o telespectador pré-revolução digital mergulha no mundo fictício e espera o intervalo para comentar, enquanto o nativo dessa nova era assiste digitando".

Questionada sobre a queda de audiência das novelas, a novelista faz questão de afirmar que elas não caíram, mas sim que a medição deveria ser diferente: "Eu acho que têm [audiência], sim. A medição é que está em desacordo. Hoje, os números que avaliam a audiência ainda são tirados unicamente dos aparelhos fixos e quando as pessoas assistem ao programa na hora em que ele passa. As pessoas continuam falando das novelas: para gostar ou para reclamar, e cada vez é maior o número de blogs, colunas e especialistas para falar sobre elas".

Por fim, comenta sobre o conservadorismo do público para determinadas cenas: "Historicamente os tempos mais liberais são substituídos por tempos mais conservadores. Estamos vivendo uma época de muitas mudanças e a sensação de instabilidade torna as pessoas mais conservadoras. Não acho que o autor deva ceder quanto ao recado que pretende dar. Mas pode mexer na maneira de passar esse recado. Pode-se dizer a mesma coisa, com a mesma força, de infinitas maneiras".