Uma decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas determinou, nesta segunda-feira (17), o afastamento dos oito vereadores da Câmara Municipal de Joaquim Gomes que foram flagrados em um esquema de repasse de propina para apoiar o prefeito Toinho Batista (PSDB).

A decisão do desembargador James Magalhães revoga a liminar de fevereiro deste ano que autorizou a volta dos vereadores para Câmara Municipal. Diante da informação, o procurador da Câmara Municipal de Joaquim Gomes disse que a decisão cabe recurso e que os vereadores ainda não foram afastados porque não foram notificados formalmente.

A decisão afasta os vereadores Edivan Antônio da Silva, Antônio Gonzaga Filho, Edvaldo Alexandre da Silva Leite, Cícero Almeida Lira, Adriano Barros da Silva, Antônio Márcio Jerônimo da Silva, Antônio Emanuel de Albuquerque de Moraes Filho, o Maninho, e Tereza Cristina Oliveira de Almeida.

Autenticidade comprovada

O laudo da perícia criminal da Polícia Federal, divulgado nesta quarta-feira (05), confirmou a autenticidade do vídeo que mostra vereadores do município de Joaquim Gomes recebendo propina em troca de apoio ao então prefeito Toinho Batista (PSDB).

O caso voltou a repercutir na Câmara Legislativa de Joaquim Gomes, que realizou, nesta quarta-feira, a primeira sessão depois do recesso. Na ocasião, houve muito bate-boca e troca de acusações entre os vereadores.

Na sequência da sessão foi lida, pelo primeiro secretário, a decisão do juiz Lucas Lopes Dórea, que impede os vereadores de votar a cassação do prefeito Toinho Batista.

Os que foram flagrados pelo vídeo recebendo propina se esquivaram dos questionamentos sobre o laudo da Polícia Federal.

Com a confirmação da veracidade do vídeo, o procurador-geral do município, Leonel Assunção, expôs que o laudo só reforça o que já constava no processo.

"Vamos pegar o laudo da Polícia Federal e juntar aos processos que tramitam contra o prefeito Toinho Batista e os vereadores. Em seguida, vamos pedir celeridade no Tribunal de Justiça na apreciação do caso", falou Assunção.

Prisão

Diante das evidências de corrupção, uma operação realizada pelo Ministério Público Estadual (MP) por meio do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), com apoio das polícias Civil e Militar, prendeu, em outubro de 2014, oito vereadores e o ex-secretário de Saúde de Joaquim Gomes, por receberem dinheiro para integrar a base aliada do prefeito afastado,Toinho Batista.

As prisões ocorreram na Câmara dos Vereadores. Participaram da operação, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) e agentes da Polícia Civil coordenadas pelo diretor-geral Carlos Reis.

Foram presos Edivan Antônio da Silva, Antônio Gonzaga Filho, Edvaldo Alexandre da Silva Leite, Cícero Almeida Lira, Adriano Barros da Silva, Antônio Márcio Jerônimo da Silva, Antônio Emanuel de Albuquerque de Moraes Filho, o Maninho, e Tereza Cristina Oliveira de Almeida. O ex-secretário de Saúde do município, Ledson da Silva, também foi preso por intermediar o pagamento aos vereadores.