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Rafael Ilha revela: "fumava 70 pedras de crack por dia"

Por Redação com R7 02/09/2015 22h10
Rafael Ilha revela: 'fumava 70 pedras de crack por dia'
- Foto: Reprodução

Rafael Ilha esclareceu nesta terça-feira (1º), no programa do Gugu, na Record, todas as polêmicas que envolvem sua carreira. O cantor falou de suas atitudes desde a adolescência, no antigo grupo Polegar, até o envolvimento com drogas, as tentativas de suicídio e o processo de recuperação.

Tudo está registrado em sua biografia As Pedras do Meu Caminho, lançada recentemente. Dentre os assuntos, Rafael esclareceu o episódio das pilhas que engoliu no ano 2000 quando tentava recuperar-se do vício em drogas.

Gugu: No ano 2000 você teve uma forte crise de abstinência que engoliu duas pilhas, três isqueiros e uma caneta.

Rafael: Isso foi uma sequência. Não foi tudo isso junto. A primeira vez que eu engoli a pilha foi um pouco antes de 2000, de eu ir pra clínica que eu me recuperei. Eu estava numa outra clínica em Atibaia — que eu saia pra usar droga, inclusive — e fui piorando. Uma hora eu briguei com uma namorada minha e ela falou que não ia dar queixa se eu fosse pra uma outra clínica.

Rafael foi, então, para um manicômio.

— Era um presídio de loucos. Eu era o único paciente lá dentro com problema de dependência química. Os outros 49 eram tudo doentes psiquiátricos ao extremo. A gente andava de avental, sem nada por baixo, de chinelo. Os muros eram enormes. Gente comendo cocô, mijando e passando na cara... Aí eu tive acesso a um discman. Eu fui mexer, vi a pilha.

Aí eu falei: “Vou engolir!”. Aí o enfermeiro estava a três metros de mim, eu falei: “Queridão! Eu estou precisando de pilha”. Aí quando ele olhou, eu mostrei pra ele que estava engolindo pra ele ver.

A ideia do cantor era que o caso fosse passado para a direção do estabelecimento, pois não aguentava mais ficar naquele lugar.

— Aí não deu outra! Meu plano deu certo. No hospital, eu pedi pra fumar um cigarro. Vi que os dois caras que estavam me acompanhando não se mexiam, nem deram muito bola. Aí eu vi que tinha espaço pra eu correr e fugi! Fui tirar essa pilha um mês e pouco depois. Aí eu voltei pra mesma vida.
Gugu: Você engoliu um isqueiro?

Rafael: Engoli também nessas coisas de tentar [sair da clínica]. Por isso que na segunda, terceira vez que eu consegui engolir um negócio nessa clínica, foi aí que eles me amarraram e puseram capacete. Não tinha nem como engolir mais nada. Foi sofrido! Hoje eu falo isso com uma certa naturalidade, mas me dá angústia de pensar.

— Na fase que eu estava, ruim do jeito que eu estava, fumando 70 pedras de crack por dia, eu sabia que pelo menos durante três meses eu ia ter uma abstinência fortíssima. Eu ia estar subindo pelas paredes! Muitas clínicas não me aguentavam. Então, na hora que eu decidi [recuperar], eu falei: "Só vou sair daqui bom".

Rafael não ficou com nenhuma sequela por ter ingerido a pilha.

— Depois que eu retirei, deu problema de uma aderência e eu quase morri. Eles tiraram as pilhas, mas depois puseram uma tela porque cortou um pedaço do intestino. Então, a tela e um pedaço da gordura colaram nessa tela. É uma dor absurda! Eu quase morri achando que era gases. Eu passei 12 horas com muita dor e fui parar no hospital quase morrendo. Mas, não tive nenhuma sequela!

O ex-polegar não chegou a se prostituir por causa das drogas. Segundo ele, a pior coisa que fez foi roubar.

— Eu já roubei de tudo! Comecei roubando bolsa, depois carro, posto de gasolina... Assim foi. Eu andava armado depois de um tempo, pegava um revólver emprestado de algum ladrão, depois dava o dinheiro pelo aluguel. Não chegou a se prostituir por causa das drogas.
Gugu: A sua avó segurou você para você levar uma picada?

Rafael: Sim. Pra eu injetar cocaína na veia. Pra você ver o desespero! A minha avó segurou porque você tem que aplicar com uma seringa de insulina. Só que depois do primeiro que você toma, você começa a tremer. Então, eu estava todo me furando todo e minha avó me segurou pra eu não me machucar mais.

Durante seu antigo programa na Rede Record, Gilberto Barros foi o primeiro a noticiar a prisão do ex-polegar em setembro de 1998, acusado de roubar R$ 1 e um vale-transporte de uma mulher. Na entrevista do Gugu, o apresentador perguntou em que parte da vida ele pararia e recomeçaria

No entanto, Rafael disse que não se arrepende de nada do que aconteceu.

— Eu não me arrependo de nada do que eu fiz porque eu acho que você fica sofrendo com o que já passou e fica se torturando, dentro do seu coração, da sua cabeça... Só traz dor, remorso. Eu já estou bem, graças a Deus! Eu não me arrependo pra não ficar sofrendo. Eu me arrependo de uma única coisa: o tempo que eu perdi com a droga. Eu tinha perdido 13 anos da minha vida! Hoje, depois que eu me recuperei, eu dou valor a cada momento da minha vida. Eu me arrependo muito desse tempo que eu perdi.

A entrevista ao programa Gugu também teve revelações sobre diversas tentativas de suicídio, o romance com a triz Cristiana Oliveira e outras famosas, além de detalhes de sua entrada na gerência do tráfico de drogas no Rio de Janeiro.