?Nem o nazismo foi tão cruel quanto o grupo de extermínio liderado por Luiz Pedro?,diz promotor
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Reiniciado o julgamento que leva ao banco dos réus o ex-deputado estadual e ex-vereador por Maceió, Luiz Pedro, na manhã desta quinta-feira (24), o promotor de Justiça Carlos Davi Lopes deu início à sua sustentação oral ressaltando a coragem da família do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, assassinado em agosto de 2004, num bairro da periferia de Maceió. O pai da vítima, Sebastião Pereira, há 11 anos peregrina nas portas de órgãos oficiais e cemitérios em busca de justiça e do corpo do filho, que desapareceu do Instituto Médico Legal e jamais foi encontrado, apesar das mais de 100 exumações já realizadas. O membro do Ministério Público Estadual de Alagoas voltou a apontar Luiz Pedro como autor intelectual do assassinato e comparou a sua frieza a do líder nazista Hitler, cujo regime totalitarista comandado por ele, foi o responsável pelo extermínio de mais de 6 milhões de judeus na Europa, durante o período da 2ª guerra mundial.
“Nem o nazismo foi tão cruel. Naquele regime, que também foi extremamente perverso, havia uma suposta lógica para o extermínio de inocentes. Na milícia comandada por Luiz Pedro, não. Matava-se por qualquer motivo abjeto. Seu grupo paramilitar agia do mesmo modo que os homens da era primitiva, onde o elemento da força era o mais importante. O ex-deputado liderava uma milícia de brutamontes”, afirmou o promotor.
“E chamo a atenção do Conselho de Sentença para um outro fato curioso que existe nesse caso. Como os quatro assassinos materiais, semianalfabetos, tinham poder para fazer um corpo desaparecer do IML? É claro que o Carlos Roberto foi retirado de lá por alguém que detinha poder, influência, subtraindo da família, que já vivia a dor de perder um parente, o direito do sepultamento, da despedida. A rainha das provas é a lógica humana e é só atentarmos para ela que vamos ter a certeza de que aquele corpo desapareceu a mando do Luiz Pedro. O polo acusatório não é imbecil e sabe bem da autoridade que o réu, detentor de mandato à época, possuía”, acrescentou Carlos Davi Lopes.
O membro do MPE/AL também destacou que, para se manter com poder, ainda que não esteja gozando de prerrogativa de função de cargo público, Luiz Pedro continua doando casas a pessoas pobres e agindo da mesma maneira de outrora, provocando uma espécie de 'limpeza' nos conjuntos populares dos quais ele é dono. “Ainda vive-se em Alagoas a época do coronelismo. O ex-deputado insiste em ser um senhor feudal, que domina vassalos em troca de favores. E esses tais vassalos, para serem beneficiados com as casas, precisam unicamente cumprir suas determinações, as ordens ditadas por eles. É preciso pôr fim a esse feudalismo e dar início a uma nova era”, argumentou.
“E por último, rogo ao Conselho de Sentença que ajude o Ministério Público a fazer justiça. Lembre-se que a família do Carlos Roberto foi destruída. A esposa dele teve que depor por videoconferência porque, ameaçada de morte, deixou Alagoas para também não perder a vida. Ela foi impedida do convívio com as filhas porque, sob um programa de proteção à testemunha, não tinha como criá-las, educá-las. O pai, seu Sebastião, já foi ameaçado de morte por várias vezes e, com uma coragem gigantesca, não se calou. As netas, uma que tinha apenas quatro anos quando o pai foi assassinado, e, a outra, que ainda estava na barriga da mãe, não puderam crescer ao lado do pai. Não escolhamos o lado do opressor, optemos pelo lado da Justiça. Não se apiedem do falso do sofrimento do réu. Ele derramou sangue. A mudança para o fim da violência começa pela prisão de quem mata e de quem manda matar. Justiça é emoção, ela não se conceitua, ela se se sente, ela se vive. Durmam o sono dos justos, é o melhor sono, é o mais leve”, disse Carlos Davi Lopes.
O advogado João Uchôa, que atuou como assistente de acusação, também usou de uma comparação para falar sobre a personalidade do acusado. “Tal qual o traficante colombiano Pablo Escobar, que dava proteção e alguns benefícios para as comunidades mantidas por ele, Luiz Pedro também é adepto dessa mesma prática. Mas, o que essas pessoas pobres não entendem é que elas, para sempre, serão reféns dele. Lamentavelmente, essa gente é igual a gado marcado e vai para o dono quer, para onde o dono o tange. Luiz Pedro é o Pablo Escobar do Brasil e quem depende do seu assistencialismo, tem que rezar na sua cartilha”, acusou Uchôa.
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