Conar rejeita pedido para tirar do ar comercial com beijo gay
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) decidiu arquivar o processo aberto contra a propaganda do bombom Sonho de Valsa, que exibiu casais de diversos tipos em beijos apaixonado, incluindo um casal de mulheres.
Em julgamento realizado na quarta-feira (30), o órgão que regula a publicidade brasileira decidiu, por unanimidade, rejeitar o pedido para retirada do ar do comercial.
Segundo o Conar, o processo foi aberto após o recebimento de 4 reclamações de consumidores, que consideraram que a propaganda “apelativa” e “contra oprincípios morais e éticos”. Uma das queixas criticou também o fato do comercial ter sido exibido em horário nobre.
O relator do caso destacou no voto, seguido pelos demais conselheiros, que “não há razão para que o comercial sofra qualquer tipo de restrição” e considerou as críticas uma atitude de preconceito e intolerância às relações homoafetivas.
A campanha
A propaganda “Pense menos, ame mais”, foi lançada pelo Sonho de Valsa em rede nacional em abril. No filme de 60 segundos são mostrados um casal de idosos, um branco e uma negra, uma gestante e seu marido, um homem em uma cadeira de rodas e uma mulher sentada em seu colo e também um casal ddo sexo feminino.
A versões mais curtas, entretanto, tiveram uma edição diferente, sem o beijo gay.
Questionada na época sobre a decisão de incluir um beijo gay, a marca da Mondelēz disse que “a campanha traz uma visão atual sobre o amor – que não tem formato, não tem raça, não tem gênero e todos os amores têm algo em comum: coisas que não fazem sentido, como beijar.”
“A Mondelēz Brasil, detentora da marca, valoriza, incentiva e pratica a diversidade em todas as suas atividades, respeitando também as diferentes opiniões geradas a partir do filme”, afirmou em comunicado divulgado no lançamento da campanha.
Caso Boticário
Em julho, o Conar também arquivou o processo aberto contra a propaganda de Dia dos Namorados do Boticário, que exibiu diferentes tipos de casais, heterossexuais e homossexuais, trocando presentes, e virou alvo de protestos e ameaça de boicote à marca.
Embora não exista uma espécie de “jurisprudência” no Conar, o órgão tem por tradição ter posturas liberais em suas decisões. Segundo a assessoria de imprensa do Conar, o principal critério avaliado em processos deste tipo é a carga de sensualidade e o contexto de cada campanha.