Alagoas

HGE é referência no atendimento a vítimas de acidente vascular cerebral

Por Agência Alagoas 01/11/2015 14h02

Histórias de recomeço e alegria como a do aposentado João Manoel Francisco, 80 anos, é uma rotina na Unidade de Acidente Vascular Cerebral do Hospital Geral do Estado (HGE). O paciente, que chegou desacordado na unidade hospitalar, vítima de um acidente vascular isquêmico, hoje se encontra realizando terapias de reabilitação com a equipe de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia da área. Uma realidade que acontece, diariamente, no maior hospital público do Estado.

Inaugurada pela nova gestão da Sesau há três meses, a Unidade de AVC do HGE busca o tratamento do acidente vascular em seu estado agudo, nos primeiros 14 dias, considerados críticos. Com o AVC instalado em até 4 horas e meia, o paciente recebe o trombolítico, que auxilia a recuperação.

“A medicação aumenta em 30% as chances de evitar as sequelas. Mas graças à Unidade de AVC, o paciente com um AVC isquêmico, dentro da janela de 4h30, pode ter o coágulo desfeito e o fluxo sanguíneo normalizado”, reforçou a médica Simone Silveira, responsável pelo serviço no HGE.

Segundo ela, a orientação é que, identificados os primeiros sintomas, a pessoa seja encaminhada rapidamente para o HGE, isso porque, a luta contra o tempo é inglória para as vítimas da doença. “Dentro desse intervalo, é aplicado o trombolítico para desfazer o coágulo e normalizar o fluxo sanguíneo. Na primeira hora, a cada duas pessoas, uma melhora e não tem complicações. Mas de 3h a 4h30, essa proporção já cai para um caso de melhora acentuada para 14 pacientes”, explicou.

Foi o que aconteceu com o alegre João Manoel, ele jogava dominó na porta da casa de um amigo, quando teve um AVC. “Caí no chão, desacordado. Cientes que poderia ser um acidente vascular, parentes e amigos me levaram até o ambulatório do Jacintinho, que orientaram a correrem comigo para o HGE. Foi a melhor coisa, estou bom todo!”, comemora sorrindo o aposentado.

Seu João recebeu o medicamento trombolítico e está praticamente sem sequelas da doença. No momento, vem passando por sessões com fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeuta ocupacional, que acontecem duas vezes por dia no HGE.

“Nós tratamos os pacientes de forma individualizada. Avaliamos a deglutição do paciente para definir a dieta, observamos como está a memorização, a linguagem e fazemos os exercícios corretos para cada caso”, explicou a fonoaudióloga Márcia Elisa Fraga.

A terapeuta ocupacional Rosangela Floresta informou que vítimas de AVC muitas vezes sofrem com um enfraquecimento da coordenação, normalmente na região da face, sobre um lado do corpo. “Exercícios de coordenação podem ajudar a superar essa deficiência, restaurando o controle muscular adequado para a área”, completou.

O acidente vascular cerebral ou derrame é a doença neurológica mais temida e que vem atingindo cada vez mais pessoas com menos de 65 anos de idade. Os números são assustadores. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada seis segundos uma pessoa sofrerá um AVC. A doença pode acometer pessoas em qualquer faixa etária, porém é nas pessoas com idade mais avançada que pode deixar as maiores sequelas.

Cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência de um AVC. No Brasil, são registrados a cada ano, aproximadamente, 90 mil óbitos por doenças cerebrovasculares. E, em Alagoas, o acidente vascular é a principal causa de morte no HGE. Desde 1989 o AVC está no topo da lista de óbitos. No ano passado, o total de óbitos foi de 403 pacientes.

Prevenção

Simone Silveira relatou que as pessoas que se enquadram no grupo de risco são os hipertensos, diabéticos, tabagistas, aqueles com colesterol e triglicérides elevados. Também estão nesse rol os portadores de arritmias cardíacas, os com predisposição à trombose, mulheres em uso de anticoncepcionais ou terapia de reposição hormonal e má formação vascular congênita.

“É fundamental controlar a pressão arterial, a fibrilação arterial, diabetes, colesterol, doença de Chagas e evitar o tabagismo e o sedentarismo. Para as mulheres, as orientações se estendem ao uso de anticoncepcionais e reposição hormonal depois da menopausa. Ambos têm sido relacionados a um aumento de risco para doenças cardiovasculares em geral, incluindo o AVC”, informou a médica do HGE.