"Vaquejada não deve ser extinta", afirma empresário
Está em andamento no Supremo Tribunal Federal uma ação de inconstitucionalidade de uma lei estadual aprovada no Ceará que regulamentou a vaquejada como “manifestação desportiva e cultural”. O resultado dessa ação, caso seja contra essa prática, pode determinar o fim da vaquejada.
O procurador-geral Rodrigo Janot, que ajuizou a ação no STF, compara a vaquejada com práticas antigas como a rinha de galo e a farra do boi que já foram banidas pela justiça.
Para o empresário arapiraquense Wangles Araújo, organizador da vaquejada no Parque Divina Luz - a mais importante vaquejada no interior do estado, afirmou que é preciso regulamentar o esporte e não proibir uma tradição existente no país.
Segundo o empresário desde agosto do ano passado, quando iniciou a discussão no STF, muitas mudanças já foram realizadas para evitar que os animais sejam maltratados. “Hoje as esporas não podem mais ser estreladas, pois elas feriam o couro dos cavalos. Agora usamos somente as esporas boleadas. Além disso os arreios dos freios, que a gente chama de "cabeçada", não podem mais cortar o animal, ou seja uma série de medidas para evitar que o cavalo sofra algum tipo de ferimento”, relatou o empresário.
Ainda segundo Wangles Araújo os animais são bem alimentados e muito bem acondicionados durante o período que participam das atividades esportivas. “Só no momento de derrubar o boi é que há uma ação mais enérgica para derrubar o animal.
Incremento na economia
Além da questão cultural, defendida pelo empresário há também o incremento na economia local, quando são realizados esse tipo de evento no município. Wangles Araújo cita como exemplo, o setor hoteleiro em Arapiraca que fica praticamente com todas as vagas esgotadas com a demanda de pessoas de outros estados que chega à cidade. “Este ano tivemos participantes de quase todos os estados do Brasil, além dos vaqueiros que vão derrubar o boi, tem os familiares que ocupam toda a rede hoteleira da cidade”, revelou o empresário.
O empresário afirma que as lojas do comercio e o shopping de Arapiraca também sentem o aumento nas vendas durante o período das competições. E a oferta de empregos diretos e indiretos
Em Alagoas
Um estudo encomendado pela Associação Alagoana de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ALQM) apontou que a atividade movimenta anualmente mais de R$ 62 milhões, além de empregar mais de 11 mil pessoas.
Mas apesar de todo esse incremento na economia e a tradição cultural em grande parte do país parte dos ministros do STF defendem que a atividade esportiva seja extinta pelo estresse causado, principalmente aos bois, que passam por uma verdadeira tortura antes e durante as vaquejadas.
Ainda não há prazo definido para o final do julgamento do processo que pretende extinguir as vaquejadas.