PMDB oficializa nesta terça-feira saída do governo Dilma
A cada dia que passa fica mais difícil o governo conseguir os 172 votos necessários para barrar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados. Nem mesmo a articulação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu brecar a decisão do PMDB de oficializar hoje o desembarque do partido da base aliada do governo.
Em meio à saída dos peemedebistas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou nesta segunda um novo pedido de impeachment da presidente Dilma. Manifestantes contrários e favoráveis ao afastamento trocaram provocações e xingamentos no Salão Verde da Câmara ao longo da tarde.
Com a decisão do PMDB de abandonar a base aliada, o foco do Palácio do Planalto a partir de agora é tentar segurar a maior parcela possível do partido no movimento contrário ao impeachment. O temor é que a saída do PMDB acabe influenciando outros partidos aliados.
Houve confusão entre grupos pró e contra o governo quando integrantes da OAB chegaram para protocolar novo pedido de impeachment
Foto: Agência Câmara
Parte da bancada de 69 deputados é favorável à permanência de Dilma. A debandada dos peemedebistas do governo será por aclamação, ou seja, sem contagem de votos. Com isso, a ala pró-Dilma não precisará se expor na reunião do diretório hoje.
A saída do PMDB do governo é resultado de articulação promovida pelo grupo do vice-presidente Michel Temer. A ideia é que os sete ministros do partido deixem seus cargos até o dia 12 de abril. A primeira baixa foi do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, que redigiu ontem carta em que pede demissão do governo. Henrique é do grupo próximo a Temer.
Apontado como o “último bastião” do governismo no PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), deu sinal verde, ontem, para o desembarque do partido do governo. Temer não presidirá a reunião do diretório nacional do PMDB nem os ministros peemedebistas irão ao encontro.
No domingo à noite, o vice Michel Temer se reuniu com o ex-presidente Lula e avisou que o PMDB iria deixar o governo. A debandada do partido foi agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.