Capital

Filas enormes e confusões no primeiro dia da campanha de vacinação contra o H1N1

Por Ludmila Calheiros 25/04/2016 14h02


O primeiro dia da campanha de vacinação contra o H1N1 foi movimentado nas unidades de saúde e nos postos volantes. A espera pela imunização chegou a ultrapassar duas horas e, com isso, confusões foram registradas. No 2º Centro de Saúde, localizado na Praça da Maravilha, no bairro do Poço, a vacinação ocorria em duas salas, mesmo com os avisos de greve na porta da unidade. Quem procurou o local, revelou que as vacinas chegaram com atraso. No shopping localizado no bairro de Mangabeiras, um dos postos volantes, a fila era enorme e sem nenhuma organização.

No 2º Centro de Saúde quem aguardava pela imunização tinha que enfrentar o corredor lotado e o forte calor. O senhor Everaldo Almeida um dos primeiros a chegar e já estava perto da sala de vacinação, mas isso depois de quase duas horas.

“Demorou. Demorou demais. A vacina não foi entregue na hora certa e a gente ficou aqui aguardando. Demoraram até para entregar as fichas de atendimento. Agora é esperar, porque já estou perto, não é?! Mas foi quase duas horas na fila”, expos Everaldo Almeida.

Albertina Henrique também procurou a unidade de saúde logo no primeiro dia de campanha para vacinar a mãe que completa, em alguns meses, 100anos. Ela ficou revoltada com a dificuldade encontrada. A idosa que havia sido retirada do carro em uma cadeira de rodas, teve que passar pelo corredor lotado e esperar para entrar na sala de imunização.

“Minha mãe vai fazer 100 anos em agosto. Toda vez que temos que vacinar ela, trazemos no carro e ela é vacinada lá. Fomos buscar ela no Benedito Bentes e quando chegamos aqui tivemos que arranjar uma cadeira de rodas para trazer ela e enfrentar esse corredor lotado e quente. Ela tem Alzheimer. É complicado ter que vaciná-la assim”, explicou Albertina.

O diretor da unidade garante que a movimentação se deu justamente por ser o primeiro dia da campanha e que os avisos de greve na porta não interferem no atendimento.

“Esse pessoal que está fazendo a vacinação contra o H1N1 não faz parte do quadro fixo. Mesmo em greve, a vacinação ocorre normalmente. A Secretaria Municipal de Saúde fez esse planejamento especial, enviando equipes extra para a campanha. A expectativa é boa. O movimento de hoje ocorreu por ser o início da imunização, mas a gente espera que com o tempo tudo se regularize. Até porque temos os postos volantes fazendo a vacinação, são três shoppings (um no Benedito Bentes, um em Cruz das Almas e um na Mangabeiras) fazendo essa imunização, além de alguns supermercados. Vai facilitar o andamento com certeza”, ressaltou o diretor do 2º Centro de Saúde, Thiago Muniz.

Durante a campanha serão imunizadas as pessoas que compõem o grupo de risco: idosos acima de 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, gestantes e mulheres que tiveram filhos com até 45 dias, funcionários da área de saúde e do sistema prisional, população carcerária, doentes crônicos e povos indígenas. A técnica de enfermagem Merylande de Souza orienta: é preciso levar o cartão de vacina ou fazer um nos locais de campanha, portando um documento com foto. Reações as vacinas não estão descartadas, mas são leves. 

“Algumas pessoas estão gripadas sem manifestação, com a vacina eles não ficam doentes porque já estão, a gripe apenas se manifesta. Se o braço ficar doendo, o recomendado é fazer uma compressa com gelo. Quem não estiver com o cartão de vacina pode fazer na hora. O importante é imunizar", explicou a técnica em enfermagem.

Os postos volantes são uma ótima opção. Fica bem mais prático aproveitar para se vacinar enquanto está fazendo compras em um supermercado ou passeando no shopping. Mas nesse primeiro dia de campanha, aparentemente, muita gente teve a mesma ideia. Uma fila enorme foi registrada no shopping localizado no bairro de Mangabeiras. Muitos reclamaram da desorganização.

“A vacina demorou a chegar, ficamos lá fora nessa fila imensa, todo mundo misturado. Gente idosa, grávidas, mulheres com crianças de colo na mesma fila que pessoas sem problema algum. Quando enfim entramos aqui, a desorganização continuou. Estou aguardando há mais de duas horas e só agora colocaram umas mesas para delimitar a fila na chegada do local da vacina. Foram muitas confusões, muita gritaria”, revelou um dos idosos que aguardavam a vacina.