Alagoas

Arapiraca tem referência em atendimento à mulher vítima em situação de violência

Por 7 Segundos 01/06/2016 06h06

Com a repercussão internacional do estupro coletivo, ocorrido em uma comunidade do Rio de Janeiro, a violência à mulher é tratada com seriedade e acompanhamento às mulheres em Arapiraca pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) e por meio do Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), da própria secretaria.

A coordenadora do CRAMSV, Aline Daiane Silva, afirmou que esta situação ocorrida no Rio de Janeiro tem chamado a atenção das autoridades e, principalmente das mulheres, e que Arapiraca já vem realizando campanha educativa desde o mês de março, em alusão ao Dia Internacional da Mulher.

A campanha feita pela Secretaria da Mulher com o tema "Mais que flores, toda mulher merece Respeito!", a campanha focou, especificamente, a cultura do estupro com o engajamento da secretária Hyseth Santos e da subsecretária Betty Jane, que coordenaram o trabalho de toda a equipe.

A coordenadora do CRAMSV ressaltou que além de palestras nas repartições públicas, em empresas, em praça pública, a campanha realizou uma exposição no shopping de Arapiraca sobre a violência à mulher.

"Essa campanha lançada em março foca justamente na violência sexual e violência moral contra a mulher e a cultura do estupro é o centro chave dessa campanha", disse Aline Silva.

A coordenadora do CRAMSV afirmou, ainda, que a cultura do estupro, que está em evidência agora e em foco nas redes sociais, é justamente quando as pessoas reproduzem ideias que tendem a culpar a mulher que foi vítima da violência sexual.

Segundo Aline Silva, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres permanece realizando palestras nas escolas da rede municipal com a finalidade de desconstruir esses esteriótipos desde a base familiar e da sociedade.

"Precisamos trabalhar essa cultura do estupro e ter um engajamento maior da sociedade para que as mulheres não sejam revitimizadas, ou seja, a mulher sofre a violência e são julgadas e isso não pode acontecer. É contra isso que a gente tem trabalhado", frisou.

O CRAMSV é um centro de acolhimento à mulher que não pode ficar em situação de violência sem procurar ajuda. Lá há profissionais como psicólogos, assistentes sociais, advogados, entre outras profissões para ajudar as mulheres.

Números assustadores

Desde que foi criado em Arapiraca em 17 de setembro de 2012, o Centro de Referência e Atendimento a Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), por intermédio da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM), já realizou, em quase quatro anos de existência, mais de 2.500 atendimentos social, jurídico e psicológico.

Segundo a coordenadora do Centro de Referência em 2015, 111 mulheres registraram ocorrências e receberam atendimento.

"É claro que esse número está aquém da realidade a qual vivermos e de reconhecimento do poder público porque há muitos casos em que a mulher não denuncia e nem procura ajuda por medo do parceiro ou do ex-companheiro que a agride e a ameaça", relatou Aline Silva.

A coordenadora e advogada explica que a situação de violência mais comum registrada em Arapiraca é a violência doméstica. A mulher é agredida pelo marido ou então pelo ex-marido que não aceita a separação e a ameaça por toda a vida.

Mas, segundo Aline Silva, há casos de violência sexual a exemplo do estupro, da violência patrimonial, em que a mulher é chantageada em não ter direito a um imóvel, e a violência de trabalho, em que a mulher é vítima de assédio moral.

As formas de atendimento no centro de acolhimento à mulher acontece de forma espontânea e por encaminhamento de parceiros da rede de atendimento como a Delegacia da Mulher, o Juizado de Violência Familiar contra a Mulher, a Defensoria Pública e o Ministério Público, como também dos parceiros da rede municipal de atendimento como o CRAS, CREAS, CRIAS e UBS - as Unidades Básicas de Saúde, além das pessoas que indicam.

Aline Silva reforça que o Centro de Referência funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 14h, e que a mulher que procurar o centro não vai fazer uma denúncia formal, ela será acolhida e o sigilo é fundamental e essencial no trabalho de acolhimento.

"O que não se pode é a mulher ficar na situação de violência sem procurar ajuda e aqui faremos as orientações necessárias e de acordo com o desejo da mulher", orientou.

Serviço

Em casos de violência contra a mulher, ela pode ser atendida e acolhida pelos órgãos abaixo em seus respectivos endereços:

Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM).
Rua São José, nº 95, bairro Alto do Cruzeiro.
E-mail: [email protected]
Telefone: 98106-5327.

Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV)
Rua Padre Jefferson de Carvalho, nº 198, bairro Alto do Cruzeiro.
E-mail: [email protected]
Telefone: 3521-5211 e 98106-5064.