Brasil

Suspeitos de estupro coletivo são transferidos para presídio no Rio

Por Folha de São Paulo 02/06/2016 17h05

Raí de Souza, 22, e Lucas Perdomo, 20, presos sob a suspeita de participar do estupro coletivo de uma menor de 16 anos, foram transferidos nesta quinta-feira (2) para o presídio Bangu 10, na zona oeste do Rio.

Ao ser questionado se teria esperanças de deixar o presídio, Perdomo disse: "Tenho fé".

A transferência foi autorizada pela delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima.

A investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado em redes sociais na terça (24).

Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz: "Mais de 30 engravidou [sic]".

Em 2009, a lei nº 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro.

A garota aponta Lucas Perdomo, que é jogador de futebol, como a pessoa com quem ela se encontrou na noite do crime no baile funk no morro da Barão. Perdomo afirma que estava com outra mulher, mas em outro cômodo da casa.

Em seu primeiro depoimento à polícia, Raí admitiu ser responsável pela gravação divulgada em redes sociais e disse ter feito sexo com o consentimento da vítima.

Seu novo advogado, no entanto, afirmou que o jovem nega ter sido o autor da gravação, apesar de ser o dono do celular em que ela foi feita. O vídeo, segundo Rai, teria sido feito por um traficante chamado Jeferson.

OUTRO SUSPEITO

O outro suspeito de envolvimento no caso que está detido, Raphael Belo, deve permanecer, por enquanto, na Cidade da Polícia.

Belo se entregou à polícia na quarta-feira (1°). Perdomo e Raí estão presos desde a última segunda-feira (30).

O advogado de Lucas, Alexandre Antunes pediu nesta quinta a revogação da prisão do seu cliente.

Segundo Antunes, após a inclusão do depoimento de Raphael Belo no inquérito ficou claro para a delegada Cristiana Bento, titular da delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), que Lucas não estava presente na casa onde houve o estupro no momento do ato.

"Eu conversei com a delegada e ela está convencida de que o Lucas não tem envolvimento", disse o advogado.

Silvio César Duarte Santos, pai de Lucas, tentou visitar o filho nesta quinta e deixou a Cidade da Polícia satisfeito.

"Sabendo que tudo está mais tranquilo para ele, ele está muito feliz. Vai ser o dia mais feliz da minha vida", contou o pai, acrescentando que o filho será solto em breve.
A delegada ainda não se pronunciou sobre a situação de

CRONOLOGIA DO CASO

21.mai.2016 - A adolescente é estuprada de madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk

24.mai.2016 - A vítima fica sabendo que um vídeo seu circula na internet e volta ao morro para falar com o chefe do tráfico e tentar reaver seu celular, que havia sido roubado

25.mai.2016 - A família da menina é avisada por um vizinho sobre a gravação, em que um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar como estupro, além da conjunção carnal, atos libidinosos

26.mai.2016 - A jovem presta o primeiro depoimento à polícia, é medicada em um hospital e faz exames no IML (Instituto Médico Legal)