Caso Abinael: polícia apresenta terceiro suspeito de participar da morte do estudante
Suspeito levou a vítima até o local do assassinato e se disse arrependido
Atualizada às 11h21
A polícia civil apresentou na manhã desta quarta-feira (13), durante coletiva à imprensa, no auditório da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL), o terceiro suspeito no envolvimento da morte do estudante Abinael Saldanha. A apresentação do suspeito contou com a presença do secretário de Lima Júnior, do delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira e do delegado responsável pelas investigações, Ronilson Medeiros.
Deivison Bulhões da Rosa Santos, de 30 anos, é apontado pela polícia como autor material do crime por ter dirigido o veículo de Abinael até o local onde ele foi morto com um tiro na cabeça. Ele foi localizado e preso nessa terça-feira (12), e á tinha passagem na polícia por furto. Um quarto suspeito na participação do crime continua foragido.
Em depoimento, Deivison afirmou ao delegado que Ericksen estava desviando dinheiro da empresa e foi descoberto por Abinael. Em uma conversa, Abinael pediu para que ele devolvesse o dinheiro e prometeu não comunicar o desvio à direção da empresa onde trabalhavam juntos. Ericksen garantiu que devolveria o dinheiro, uma quantia de R$ 15 mil. "Só que aí ele decidiu matar o Abinael. Até porque, quando a fraude fosse descoberta, a culpa pelo desvio recairia sobre o Abinael também, que estaria desaparecido", revelou Ronilson Medeiros.
De acordo com informações do delegado, Deivison é amigo de Ericksen Dowell, colega de trabalho e amigo pessoal de Abinael. No dia do crime, Deyvison teria contratado Jalves Ferreira e Jonathan Barbosa de Oliveira para matar o estudante. O quarto suspeito, Jonathan Barbosa foi apontado pelo delegado como autor material do crime e estaria no local da execução de Abinael, com o carro de Jalves, para buscá-los. Ele foi contratato por Deivison e está sendo procurado pela polícia.
A polícia pede que informações sobre o quarto suspeito sejam repassadas por meio do Disque Denúncia, através do número 181.
O crime
O delegado Ronilson Medeiros afirmou que a morte do jovem Abinael Ramos Saldanha, de 25 anos, desaparecido no dia 15 de junho, após deixar a casa da noiva, na parte alta de Maceió, foi encomendada por R$ 6 mil. O valor chegou a ser dividido em parcelas. O autor intelectual do crime foi o colega de trabalho e amigo pessoal da vítima, Ericksen Dowell. Segundo as investigações, Ericksen sentia inveja profissional de Abinael e queria com a morte assumir o lugar dele no escritório de certificação digital em que trabalhavam.
A polícia chegou até Ericksen após prender Jalves Ferreira Rocha da Silva, que estava com o celular de Abinael. Ele é apontado como autor material do homicídio. Após ser preso ele chegou a alegar que havia comprado o aparelho celular.
O corpo de Abinael foi encontrado no dia 22 de junho, na zona rural de Rio Largo, Região Metropolitana de Maceió, próximo à Usina Santa Clotilde. Na ocasião, o veículo de Abinael, modelo Peugeot 206 de cor preta e placa NMD -1618, também foi localizado carbonizado. O jovem foi morto com um tiro na cabeça.
Durante a coletiva de apresentação dos dois suspeitos, ocorrida um dia após a polícia encontrar o corpo, o delegado Ronilson Medeiros, afirmou que denúncias anônimas foram fundamentais para elucidar o desaparecimento do gestor de Marketing e que a investigação não havia sido concluída, não descartando novas prisões.
"O inquérito ainda está em andamento. A investigação, por si só, não está concluída. O primeiro contato com a família nos ajudou nas diligências, que não se deu por encerrada. Estamos aguardando alguns laudos técnicos e faremos um encaminhamento posterior à Justiça", afirmou na época.