Vigilante supostamente locava carros e recebia mais de R$1 milhão de prefeitura
O vigilante de um posto de combustíveis de Mata Grande era suposto laranja em um esquema de desvio de verbas públicas do município de Canapi, localizado no Sertão alagoano. Segundo a petição do Ministério Público Estadual (MPE/AL) sobre o caso, Cícero Inácio de Lima teria recebido cerca mais de R$1,17 milhões.
O nome de Cícero foi apontado como dono de uma empresa que fornecia veículos automotores para a prefeitura de Canapi. Os valores repassados a ele seriam referentes a locação dde um trator de esteira e dois caminhões entre os meses de janeiro de 2015 e abril de 2016.
Mas é muito provável que apenas o nome dele era utilizado no esquema. Apesar dos valores, Cícero vive uma vida humilde e incompatível com a situação de quem recebeu mais de R$1 milhão.
Durante as investigações, ficou constatado que os veículos supostamente disponibilizados pelos contratos firmados por Cícero Inácio de Lima não estão registrados no nome dele.
Cícero é apontado ainda como sendo um "entusiasta" da pré-campanha do filho do prefeito Celso Luiz, principal investigado no esquema, sendo presença frequente nos eventos políticos já realizados.
Para o Núcleo de Defesa do Patrimônio Público do MPE/AL, Cícero era apeas o intermediário, ou seja, o agente incubido de receber o dinheiro público desviado e repassá-lo para os reais beneficiários.
Outros laranjas
Outro beneficiário é um servente de pedreiro, identificado como José Santos da Silva, que supostamente fornecia merenda escolas para as escolas municipais de Canapi.
Segundo os documentos de transparência da prefeitura, o valor pago pelo serviço prestado por José Santos Silva era de aproximadamente de R$850 mil.
Confira o vídeo feito durante depoimento preliminar à Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira, durante operação Triângulo das Bermudas.
Além de Cícero Inácio de Lima e José Santos Silva, também foram identificados como laranjas Erisvaldo Márcio da Silva, Izaias de Oliveira Pereira, José Danilo Alves da Silva e José Pereira da Silva Neto.