Em meio à crise política, PSDB passa a considerar João Doria para a presidência em 2018
Com os quadros tradicionais do PSDB citados na Operação Lava Jato e mostrando desgaste e queda da popularidade, a cúpula do partido passou a ponderar com maior seriedade uma discussão que antes se restringia apenas aos bastidores: a possibilidade de o prefeito de São Paulo, João Doria, se firmar como um nome competitivo para as eleições presidenciais de 2018.
A avaliação ainda é de que a crise política tende a macular a classe política de tal forma que o eleitor busque, na eleição presidencial, uma fórmula parecida com a das eleições municipais de 2016. Além disso, com a aproximação da eleição, a expectativa é de que a pressão por avaliar as chances de Doria cresça dentro da própria militância. As constatações ganham base levando em conta o fato do atual prefeito paulistano ter ganhado com um marketing eficiente e um discurso de não ser político, mas gestor.
De acordo com tucanos ouvidos pela Folha, em um cenário com nomes políticos tradicionais, nomes como de Aécio Neves (MG), José Serra (SP) e Geraldo Alckmin (SP). Porém, em meio à sinalização de que "outsiders" entrarão na disputa, cresce a sensação de que Doria pode ser uma opção viável. Além disso, os três políticos já foram citados na Operação Lava Jato - eles negam irregularidades.
Porém, mesmo ganhando força, a tese da viabilidade da candidatura de Doria esbarra em duas questões. Ele ainda teria que fazer entrega consistentes de resultado, que serviriam de vitrine para a vaga no Planalto; outro ponto contra seria o fato de Doria ter se elegido com o discurso de que apoiaria o governador Geraldo Alckmin à Presidência em 2018.
Doria segue com o discurso de que seu candidato para 2018 é Alckmin. Porém, a sua equipe de comunicação já monitora menções de uma eventual candidatura por parte dos eleitores na internet. A explicação é de que o trabalho está sendo feito porque estas menções fazem de Doria um alvo da imprensa e da oposição.