Segundo delatores da Odebrecht, o ex-governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, teria recebido R$ 2,8 milhões de propina, durante seu mandato até 2014.

Uma das principais lideranças do PSDB no Nordeste, como presidente do partido no estado, Teotônio Vilela teria favorecido a empreiteira nas obras do Canal do Sertão, em Alagoas, segundo informarão os delatores.

O ex-governador teria cobrado da Odebrecht 2,25% de propina de contratos da obra. A informação foi repassada à Procuradoria-Geral da República (PGR) por executivos e ex-executivos da empreiteira.

De acordo com os depoimentos, o dinheiro foi repassado para o ex-governador e a outros dois agentes públicos ligados à Secretaria de Infraestrutura do Estado.

Segundo as delações, o pagamento foi feito enquanto o tucano era governador de Alagoas. O dinheiro foi pago pela área de operações estruturais da Odebrecht, apontada como o departamento responsável por pagamentos ilícitos da empreiteira.

Além de Teotônio Vilela, os delatores apontaram outros polícitos que teriam se beneficiado das obras do canal como Fernando Bezerra (PSB-PE), que na época da negociação era ministro da Integração Nacional do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2013).

Assessorias

A assessoria do ex-governador Teotônio Vilela Filho disse que o tucano desconhece as informações apuradas pelo jornal Folha de São Paulo e reafirmou que ele nunca negociou favores ou autorizou quem quer que seja a negociá-los em seu nome. 

Já a defesa de Fernando Bezerra Coelho afirmou que desconhece qualquer menção ao senador na operação e que Bezerra está à disposição das autoridades para esclarecimentos.