Em São Paulo, ato contra governo de Temer começa com baixa adesão
O ato contra o governo de Michel Temer (PMDB), convocado para 15h deste domingo (21) em São Paulo, começou com baixa adesão. O encontro foi marcado no Masp (Museu de Arte de São Paulo), na avenida Paulista, onde os participantes chegaram sob chuva leve. Há um carro de som no local, mas até 15h30 ainda não haviam começado os discursos.
Manifestações organizadas por movimentos de esquerda em outras capitais brasileiras, na manhã de domingo, também contaram com poucas pessoas.
O Vem Pra Rua, grupo de direita que apoiou o impeachment de Dilma Rousseff em 2016, havia feito uma convocação também no Masp, mas retirou-a na sexta (19), alegando "motivos de segurança". O movimento nega recuo, prometendo uma nova data, ainda não marcada.
Outras capitais
No Rio de Janeiro, o ato do Muspe (movimento dos servidores do Rio, que reúne policiais, bombeiros e outras categorias que estão sem salário) reuniu cerca de cem pessoas e um carro de som na av. Atlântica, na altura do Copacabana Palace, em frente à praia. O protesto foi pacífico, apesar de um grande efetivo de policiais militares.
Dirigente do movimento, Alzimar Andrade afirmou que o público reduzido pode estar relacionado com as cenas de violência que ocorreram no fim do protesto da última sexta-feira (19). "A Tropa de Choque sempre faz isso, talvez as pessoas tenham ficado com medo. E ainda tem o grupo de infiltrados que sempre age para 'zonear' os nossos atos. Mas isso não pode ser um impeditivo. Sem dúvida, as imagens da última sexta assustam. Mas a luta tem que ser na rua", afirmou ele.
Em Brasília, cerca de 250 pessoas se reuniram no Museu Nacional, também em clima pacífico - a Secretaria de Segurança Pública aguardava mil pessoas. Havia um carro de som no local, onde os participantes permaneceram sem fazer caminhadas (anteriormente, havia sido anunciado um deslocamento até o Congresso).
Já em Minas Gerais, o encontro foi na praça da Liberdade (BH). Os participantes caminharam então até a praça Sete de Setembro. Segundo os organizadores, 50 mil pessoas estiveram na manifestação. A informação não foi confirmada pela Polícia Militar.
Temer investigado
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu entrar com um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados. Para a OAB, Temer cometeu crime de responsabilidade ao não comunicar autoridades competentes sobre a conversa que teve com o empresário Joesley Batista.
Outros nove pedidos já foram protocolados na Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Mais (DEM-RJ), aliado de Temer, vai decidir se aceita ou não os pedidos. Não há prazo para essa decisão.
A conversa entre Temer e Joesley foi gravada pelo próprio empresário e anexada à delação premiada do dono do grupo JBS, homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte, autorizou a abertura de inquérito para investigar se Temer cometeu os crimes de corrupção passiva, obstrução de justiça e formação de organização criminosa. Temer pediu a suspensão do inquérito. O plenário do STF analisa a questão na quarta (24).
No encontro que aconteceu no Palácio do Jaburu, residência de Temer, Joesley falou sobre uma mesada paga ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado na Lava Jato, e sobre a tentativa de interferir em investigações contra o grupo empresarial comandado por Joesley. O empresário fala em "segurar" dois juízes. Temer responde: "ótimo".