"Se vagabundo tentar tomar minha arma eu vou meter bala", afirma filho de Bolsonaro
Discussão aconteceu no plenário da câmara, em Brasília.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho do também parlamentar conservador Jair Bolsonaro (PSC-RJ), se irritou no plenário da Câmara nessa quarta-feira (16) e teve uma reação violenta em meio a uma discussão sobre porte de armas com Glauber Braga (PSOL-RJ). “A minha arma é legal”, rebateu o adversário ao ser citado em questionamento que ele fazia sobre a compra de uma arma no exterior. “Se vagabundo vier tentar tomar, eu vou meter bala. Porque minha arma é legal e eu não vou para a cadeia por porte ilegal”, disse ainda.
Braga indagava Alberto Fraga (DEM-DF), relator do projeto de lei que torna crime hediondo a posse ou o porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, tais como fuzis e metralhadoras, utilizados na prática de crime. “Dessa forma, ficam preservados atiradores ou caçadores que possuam armas de forma legal, mas que, ao perder o prazo de renovação da posse, venham a ser enquadrados”, explicou Fraga.
No plenário, Braga citou Bolsonaro ao perguntar se seria crime comprar um fuzil não registrado nos Estados Unidos. Isso porque, durante a eleição do presidente da Câmara, em que o pai concorria, foi flagrada uma conversa pelo WhatsApp entre o pai, que concorria, e Eduardo, ausente na sessão, falando sobre a compra de uma arma durante uma viagem. Fraga respondeu que a lei não foi feita para alguém especificamente, mas que, se não houvesse registro, no caso questionado por Braga, a pessoa estaria traficando ou comercializando.
Eduardo Bolsonaro afirmou que Braga estaria fazendo ‘suspeições’ e chamou o adversário de “palhaço”, alegando que ele estaria tentando transformar a Câmara em um picadeiro.
“O deputado Jair Bolsonaro, e não fui eu, justificou a ausência do filho dele e a briga que tiveram na votação do dia 1º, ele disse que faria essa discussão, porque o filho, e disse que não o visitaria na Papuda, queria comprar um fuzil para ele. Se ele não comprar o fuzil por falta de registro, porque a arma seria comprada na Austrália ou nos Estados Unidos…”, disse Braga. “Eu sou colecionador. Se eu quisesse comprar, ainda poderia comprar, porque eu sou colecionador e atirador”, respondeu Eduardo Bolsonaro.
Major Olímpio (SD-SP) interferiu: “Quem é colecionador de armas pode, sim, importar uma arma legalmente, inclusive um fuzil. Só para colaborar com o debate.” E foi rebatido pelo deputado do PSOL, que voltou a questionar: “A minha pergunta foi objetiva, a minha pergunta foi objetiva: alguém que compra uma arma no exterior, e esta arma não é registrada, essa compra seria um crime hediondo?”. “Sim”, afirmou Fraga, relator do projeto de lei.