Polícia

Policiais fazem "vaquinha" para delegacia não parar de funcionar

Por 7 Segundos Arapiraca com Assessoria 26/10/2017 11h11
Policiais fazem 'vaquinha' para delegacia não parar de funcionar
Policiais fazem "vaquinha" para delegacia não parar de funcionar - Foto: Assessoria

Os policiais civis da Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, tiveram que comprar conexões de encanamento para que a delegacia não parasse de funcionar.

Sem água e sem assistência da Delegacia Geral, os policiais tiveram que recorrer à prefeitura para consertar a encanação. Foram disponibilizadas as tubulações e a mão de obra, mas faltaram as conexões. Os policiais fizeram uma ‘vaquinha’ para comprar o material.

Tal situação foi constatada pela diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que também denuncia que o limite de 18 presos da carceragem da regional não está sendo cumprido pela Delegacia Geral. A delegacia regional, que sofreu com fuga de presos por conta da superlotação, está com 23 presos.

O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, o diretor de Comunicação, Edeilto Gomes, a 2ª vice-presidente do Sindpol, Arlete Bezerra, e o diretor Financeiro do Sindpol, Carlos José, procuraram, no dia 19 de outubro, o Promotor de Justiça da cidade, Jomar Amorim de Moraes, para relator o fato.

O promotor já havia feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), o qual foi homologado pela Justiça com os representantes da Delegacia Geral e da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Os dirigentes do Sindpol informaram ao Promotor de Justiça que o acordo não está sendo cumprindo quanto ao limite da carceragem, o que prejudica o trabalho da Polícia Judiciária, que é a investigação, e solicitaram medidas cabíveis.

O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, também informa que o Sindicato está acionando a assessoria jurídica para intervir judicialmente, comunicando o juiz que o TAC está sendo descumprido pela Delegacia Geral.

Maria da Penha

Em conversa com o delegado regional Alexandre Leite, o presidente do Sindpol fora informado que a maior dificuldade para manutenção do limite da carceragem são os crimes cometidos na Lei Maria da Penha.

De acordo com o delegado, a maioria dos presos, em torno de 80%, praticou violência doméstica e familiar contra a mulher. Na delegacia, há detentos com cinco meses na carceragem por esse tipo de crime. E para piorar a situação, o sistema prisional não está recebendo presos que infringiram a Lei Maria da Penha.

O Sindpol vai sugerir que a Defensoria Pública realize um mutirão para dar encaminhamentos aos detentos, que poderão participar de programas de recuperação e reeducação.