Policiais fazem "vaquinha" para delegacia não parar de funcionar
Os policiais civis da Delegacia Regional de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, tiveram que comprar conexões de encanamento para que a delegacia não parasse de funcionar.
Sem água e sem assistência da Delegacia Geral, os policiais tiveram que recorrer à prefeitura para consertar a encanação. Foram disponibilizadas as tubulações e a mão de obra, mas faltaram as conexões. Os policiais fizeram uma ‘vaquinha’ para comprar o material.
Tal situação foi constatada pela diretoria do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), que também denuncia que o limite de 18 presos da carceragem da regional não está sendo cumprido pela Delegacia Geral. A delegacia regional, que sofreu com fuga de presos por conta da superlotação, está com 23 presos.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, o diretor de Comunicação, Edeilto Gomes, a 2ª vice-presidente do Sindpol, Arlete Bezerra, e o diretor Financeiro do Sindpol, Carlos José, procuraram, no dia 19 de outubro, o Promotor de Justiça da cidade, Jomar Amorim de Moraes, para relator o fato.
O promotor já havia feito um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), o qual foi homologado pela Justiça com os representantes da Delegacia Geral e da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Os dirigentes do Sindpol informaram ao Promotor de Justiça que o acordo não está sendo cumprindo quanto ao limite da carceragem, o que prejudica o trabalho da Polícia Judiciária, que é a investigação, e solicitaram medidas cabíveis.
O presidente do Sindpol, Ricardo Nazário, também informa que o Sindicato está acionando a assessoria jurídica para intervir judicialmente, comunicando o juiz que o TAC está sendo descumprido pela Delegacia Geral.
Maria da Penha
Em conversa com o delegado regional Alexandre Leite, o presidente do Sindpol fora informado que a maior dificuldade para manutenção do limite da carceragem são os crimes cometidos na Lei Maria da Penha.
De acordo com o delegado, a maioria dos presos, em torno de 80%, praticou violência doméstica e familiar contra a mulher. Na delegacia, há detentos com cinco meses na carceragem por esse tipo de crime. E para piorar a situação, o sistema prisional não está recebendo presos que infringiram a Lei Maria da Penha.
O Sindpol vai sugerir que a Defensoria Pública realize um mutirão para dar encaminhamentos aos detentos, que poderão participar de programas de recuperação e reeducação.