[Vídeo] Empresário é preso pelo Gecoc dentro de motel em Arapiraca
Empresário é acusado de vender notas fiscais frias para agentes públicos.
O empresário Carlos Rodrigo de Barros Barboza Leão, vulgo Anão, 33 anos, foi preso logo no início da manhã desta quarta-feira (01) por uma equipe do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE), em Arapiraca, município no Agreste de Alagoas.
A intenção do Gecoc era prender o empresário em sua casa, localizada em um condomínio considerado de classe alta no bairro Canfístula, em Arapiraca, mas “Anão” só foi encontrado por volta das 8h30 em um motel de sua propriedade (de acordo com um policial envolvido na prisão) no bairro Canaã.
Rodrigo vai responder pelos crimes de organização criminosa, peculato e falsidade ideológica (leia mais sobre essas acusações no final desta matéria).
O suspeito foi encaminhado para o Instituto Médico Legal, onde fez exame de corpo de delito, e em seguida encaminhado para Maceió, onde vai prestar depoimento no MPE e depois levado para o sistema prisional.
Acompanhamos o preso saindo do IML, veja:
Operação Sepse
A prisão do empresário é quarta fase da Operação Sepse, que tem o objetivo de desbaratar um esquema de suposta compra de medicamentos por meio de notas fiscais fraudulentas. O objetivo foi cumprir dois mandados de prisão contra o atual secretário de saúde de Mata Grande, Gabriel Brandão Gomes, e em desfavor de Carlos Rodrigo de Barros Barboza Leão.
Gabriel, que é primo de Jacob Brandão, não foi localizado e já é considerado foragido da justiça. Além disso, também foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, dois de sequestros de bens e cinco de quebra de sigilo bancário, inclusive do ex-prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão. Todos foram expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
De acordo com as investigações do Ministério Público, que começaram no último mês de março, os dois acusados participavam ativamente do esquema criminoso e mesmo depois de deflagrada a Operação Sepse, que culminou nas prisões de outros envolvidos, Carlos Rodrigo e Gabriel Brandão continuaram operando o esquema de desvio de verbas públicas. Inclusive, Gabriel tinha mais facilidade para isso em função de estar no comando da Secretaria Municipal de Saúde de Mata Grande.
A RR Distribuidora
Segundo os promotores de justiça do Gecoc, o acusado Carlos Rodrigo Leão é proprietário de algumas empresas de fachada que atuavam vendendo notas fiscais falsas para agentes públicos. E foi justamente por uma dessas empresas, a R.R Distribuidora LTDA, que os operadores do esquema conseguiram desviar R$ 1,5 milhão da Prefeitura de Mata Grande.
Para se ter uma ideia da participação de Leão, ele se apropriava de cerca de 8% do total dos valores desviados. Já Gabriel Brandão Gomes e Jacob Brandão ficavam com o restante dos valores, montante que ainda era dividido com outros participantes do esquema.
Mesmo sendo acusado de desviar dinheiro do sistema de saúde de Mata Grande, Gabriel Brandão foi nomeado pelo atual prefeito da cidade para comandar a Secretaria de Saúde do município. Esse foi um dos motivos que provocou o pedido de prisão contra ele, já que a pasta protagonizou os maiores desvios de recursos públicos na gestão do ex-prefeito Jacob Brandão.
Além dessa acusação, Gabriel Brandão Gomes possui outras restrições no Tribunal de Contas devido a pendências com o órgão de fiscalização. As irregularidades são da época em que ele respondia pela presidência da Comissão Permanente de Licitação de Mata Grande, também da gestão de Jacob Brandão. Foi por este motivo que, ano passado, Gabriel teve indeferida sua candidatura a vereador de Mata Grande, mesmo tendo recebido mais de 800 votos durante o pleito de 2016.