PF pode apurar conduta de delegado que investiga Temer se houver reclamação formal da Presidência, afirma diretor-gera
Até o momento o Palácio do Planalto não manifestou a intenção de reclamar formalmente da conduta do delegado
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva à Reuters, que, se houver um pedido da Presidência da República, a corporação pode abrir uma investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes nos questionamentos apresentados ao presidente Michel Temer no chamado inquérito dos portos.
Ao responder a lista de 50 perguntas feitas por escrito pela PF no inquérito, o presidente queixou-se da impertinência de determinadas perguntas, que ele disse colocar em dúvida a "honorabilidade e dignidade pessoal" dele.
Segovia foi perguntado sobre as reclamações do Palácio do Planalto sobre a postura da PF na investigação, que estaria "pegando pesado" com o investigado, com perguntas "muito duras" e que Temer teria ficado irritado com as questões.
O diretor-geral ressaltou que não houve uma reclamação formal da Presidência e que cada autoridade policial tem sua liberdade para fazer as perguntas aos investigados dentro do limite do "razoável".
"O presidente, ao reclamar da questão das perguntas.... não houve na realidade (uma queixa), ele só externou da maneira que foram feitas as perguntas. Mas não houve nenhum tipo de formalização sobre a verificação da conduta do delegado. A gente poderia, ou pode, em tese, a gente verifica toda a conduta do policial federal porque ele tem um código de conduta", disse.
Questionado se é possível afirmar que houve excesso, Segovia afirmou que não fez essa análise e prefere se abster de fazer qualquer tipo de julgamento porque, se o presidente questionar a conduta do delegado, isso vai passar por um processo interno administrativo que vai verificar se a conduta dele condiz com o trabalho que deve ser feito.
"E ele pode ser repreendido, pode até ser suspenso dependendo da conduta que ele tomou em relação ao presidente", completou.
Até o momento o Palácio do Planalto não manifestou a intenção de reclamar formalmente da conduta do delegado.
O diretor-geral disse que esse é o caso da delegada Érika Marena e outros delegados em que há um questionamento sobre a conduta feita pela corregedoria. Eles são alvos de investigação após terem prendido o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Luis Carlos Cancellier de Olivo, que posteriormente cometeu suicídio.
"Como eu fui vice-corregedor-geral por quase 4 anos, sei exatamente o que é isso. Há necessidade de ser feita uma verificação interna, uma correção, dentro do inquérito, isso tudo é uma parte do nosso controle de qualidade, digamos assim", afirmou.
Veja também
Últimas notícias
Inep divulga gabarito preliminar da Prova Nacional Docente
PM flagra tráfico de drogas e apreende veículos adulterados no Sertão de Alagoas
PM prende suspeito de furto e apreende arma e drogas em Santana do Ipanema e Penedo
Monja Coen volta a Maceió após 6 anos para falar sobre ética, atenção e compaixão
Operação no Rio de Janeiro deixa 18 suspeitos mortos e 56 presos
Especial Dia das Crianças lota Praça de Eventos e emociona famílias em Porto Real do Colégio
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
