FPI do São Francisco flagra desmatamento de 17 hectares de Mata Atlântica
A Fiscalização Preventiva Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FPI do São Francisco) identificou a supressão de cerca de 17 hectares de Mata Atlântica. A área desmatada foi encontrada em duas propriedades rurais localizadas no município de Penedo. Os proprietários das terras serão autuados e responderão pelos crimes junto aos órgãos ambientais.
Segundo os agentes da FPI, as áreas foram descobertas por um levantamento geo-referenciado, que acompanha toda área de Mata Atlântica da região e norteia os trabalhos dos fiscais durante a realização da FPI. Entretanto, os fiscais foram surpreendidos com um aumento recente das áreas suprimidas.
Em um dos sítios, localizado no povoado de Castanho Grande, foram encontrados pouco mais de três hectares onde a mata nativa deu lugar a plantações de mandioca e maracujá. Os fiscais ainda flagraram a realização de uma queimada, que devastou pelo menos mais 0,3 hectares de Mata Atlântica. A prática vem provocando a devastação paulatina da floresta na área.
Já na região conhecida como Fafi, o dono de uma fazenda de gado suprimiu 13 hectares de Mata Atlântica para dar lugar a pasto.
"É preciso impedir a continuação dessa prática. Os produtores avançam devagar, discretamente, e a mata vai desaparecendo a cada ano. Isso traz um prejuízo enorme para o meio ambiente, inclusive para o agricultor que, com essa prática de queimada e destruição da mata nativa, produz um solo pouco produtivo. Sem a floresta, todos saem perdendo", declarou Roberto Wagner, analista ambiental do Ibama.
Mata atlântica
Restando preservados apenas 12,5% da formação vegetal que um dia ocupou 1,3 milhão de km², atravessando 17 estados, o bioma da Mata Atlântica ainda é, ao mesmo tempo, um dos mais ameaçados e mais importante do país.
Segundo levantamento da ONG SOS Mata Atlântica, aproximadamente 40% de toda a biodiversidade da flora brasileira é endêmica da Mata Atlântica, ou seja, existe apenas nesse bioma. O estudo revela ainda que nessas florestas vivem 60% das espécies de animais ameaçados de extinção no país.