FPI oferece aula de campo a estudantes universitários de Penedo no Barco Escola
Na manhã desta quarta-feira (14), a Fiscalização Preventiva e Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a FPI do São Francisco, realizou uma aula de campo no Barco Escola do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) para estudantes universitários de Penedo. O objetivo é reforçar a conscientização de preservação do Rio São Francisco.
"Dos 102 municípios de Alagoas, 50 fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. O nosso trabalho, enquanto FPI, busca a proteção dos recursos hídricos da bacia hidrográfica e melhoria na qualidade de vida da população ribeirinha, e essa atuação tem que ser contínua", disse Lavínia Fragoso, promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Alagoas e coordenadora da Fiscalização.
O presidente do IMA, Gustavo Lopes, explicou que o Barco Escola já é realizado há muitos anos na Ilha de Santa Rita, em Maceió, conscientizando os estudantes sobre as questões ambientais que envolvem a Lagoa Mundaú.
"Levamos os estudantes num catamarã para navegar na Lagoa e realizarmos uma aula em campo. Agora estamos também com o barco escola no Rio São Francisco e combinamos com a coordenação da FPI para realizarmos a aula de campo durante essa edição da fiscalização. O que aconteceu hoje foi muito significativo e tivemos uma grande aula sobre o Velho Chico com o professor da Universidade Federal de Alagoas, Guilherme Demétrio", destacou.
O professor Guilherme Demétrio, dos cursos de Ciências Biológicas e Engenharia de Pesca da Ufal, deu uma aula sobre os principais problemas que o Rio São Francisco vem sofrendo por causa da interferência humana.
"A mata ciliar encontrada nas margens dos rios são as menos respeitadas e, onde não tem floresta, não existe o filtro de sedimentos. Essas plantas impedem que caia areia no rio, diminuindo o processo de assoreamento. Sem elas, mais bancos de areia se formarão no São Francisco", explicou.
O professor reforçou a importância da participação da população na preservação do rio.
"Se não pudermos contar com vocês, não conseguiremos mudar essa realidade. Quanto mais a gente destrói a natureza, mais rápido chega à nossa extinção. É um dever cívico trabalhar em prol da conservação do meio ambiente e, mais do que conhecer o São Francisco, amem o Rio", continuou.
Trabalho de formiguinha
O coordenador da Equipe de Educação Ambiental da FPI, Pedro Normande, destacou a necessidade de trabalhar com crianças e adolescentes sobre a preservação do São Francisco.
"Esse é um trabalho de formiguinha, onde só colhemos o resultado daqui a algum tempo. Por isso, a importância de trabalhar as questões de preservação ambiental com os estudantes, para que as próximas gerações sejam mais conscientes", disse.
O Barco Escola deve acontecer mensalmente na cidade de Penedo numa parceria entre o IMA e a Prefeitura.
Fórum Mundial da Água
Aluna do curso de Engenharia da Pesca na Ufal, Dandara Farias vai apresentar uma pesquisa de análise das águas do São Francisco no Fórum Mundial da Água, que acontece agora em março, em Brasília.
"Nós realizamos análises da água do Rio São Francisco há dois anos e a qualidade é regular. Isso quer dizer que em alguns anos essa água pode estar imprópria para consumo humano", explicou a estudante.
Para Dandara, a falta de saneamento nas cidades ribeirinhas é o maior problema do Velho Chico.
"Imaginamos que na região da nascente do rio as condições são melhores. Vamos levar essa questão do rio aqui em Penedo para avaliar como são as condições nas cidades por onde ele passa. Aqui já é o final do rio e recebemos os resíduos de todas as cidades do seu percurso. Acreditamos que o despejo direto de resíduos no rio, sem tratamento, é o maior problema para que a qualidade da água seja mantida", concluiu.