PF muda chefia de investigação sobre políticos e delegado entrega cargo

A Polícia Federal fez mudanças no grupo de investigação sobre crimes que envolvem políticos com foro especial no STF (Supremo Tribunal Federal), o que desagradou o delegado Josélio Azevedo, que funcionava como coordenador informal do grupo. Ele entregou o cargo de chefia da Coordenação Geral de Combate à Corrupção, criada no fim do ano passado, à qual o grupo estava vinculado.
Segundo a PF, a medida foi tomada para oficializar o grupo na estrutura da PF, passando-o à condição de Serviço, e também por aspectos doutrinários, com o objetivo de reforçar as suas atividades. Sendo um grupo especial, no entender da PF ele deveria estar subordinado a uma diretoria, e não a uma coordenação dentro de uma diretoria. O grupo passa agora a ser vinculado diretamente à Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado).
A saída de Azevedo foi divulgada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" e confirmada nesta quinta-feira (22) pela direção da PF em Brasília.
De acordo com a PF, não haverá alteração na presidência dos inquéritos que hoje tramitam no STF, como o caso dos portos, no qual é investigado o presidente Michel Temer. O inquérito continuará sendo tocado pelo delegado Cleyber Lopes. Os 12 delegados que integravam o grupo foram convidados a permanecer na unidade.
Com apoio do novo diretor-geral da PF, Rogério Galloro, a Dicor alterou o status do grupo, o Ginq, que deixa de ser informal e passa a ser um serviço, o Sinq, e colocou em sua chefia a delegada Denisse Ribeiro, que atuou na Superintendência da PF no Distrito Federal em operações de repercussão, como a Acrônimo, que mirou o governador Fernando Pimentel (PT-MG).
Outra mudança foi incorporar ao Sinq os inquéritos que tramitam sobre autoridades com foro especial no STJ (Superior Tribunal de Justiça), como governadores.
Até então, o Ginq estava subordinado informalmente à coordenadoria chefiada por Josélio Azevedo, embora as duas unidades estivessem também vinculadas à Dicor. Azevedo foi convidado a permanecer na sua atual função, na Coordenação, mas ele não aceitou. Na prática, sua influência sobre o grupo de delegados que atua nos casos que tramitam no STF ficaria esvaziada com a nomeação da delegada Denisse.
Para o lugar de Azevedo foi convidado o delegado Márcio Adriano Anselmo, um dos principais delegados na origem da Operação Lava Jato, em Curitiba (PR), e atual chefe de divisão de crimes financeiros na PF de Brasília.
Sob o comando de Azevedo, o ex-Ginq colaborou para a queda do diretor-geral Fernando Segovia ao emitir um ofício ao então diretor da Dicor, Eugênio Ricas, no qual afirmou que poderia tomar medidas jurídicas contra a direção da PF caso houvesse interferência nos inquéritos, após declarações desastradas de Segovia à agência de notícias Reuters. A manifestação do Ginq demonstrou ao governo central a perda de apoio interno de Segovia e foi mais um empurrão para a sua substituição, determinada dias depois pelo ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann.
Veja também
Últimas notícias

Datacenter da Prefeitura de Arapiraca passará por manutenção nesta sexta (08)

Integrantes de organização criminosa em Arapiraca são condenados a quase 60 anos de prisão

Prefeito de Arapiraca retifica tabela de TAF de aprovados para a Guarda Municipal

Pinguim encalha morto em praia de Maragogi; Biota é acionado

Operação de ônibus será reforçada para partida entre CRB X Cruzeiro no Trapichão

Colisão entre carro e moto em rodovia de Penedo deixa três feridos; criança está entre as vítimas
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
