HE do Agreste atende 57 vítimas de acidentes de trânsito com animais
A presença de animais cruzando as rodovias no Agreste e Sertão tem sido uma preocupação constante das autoridades de trânsito em Alagoas. Isso porque, essa situação acaba resultando em graves acidentes de trânsito, que em menos de três meses já levaram 57 pessoas a ter atendimento no Hospital de Emergência do Agreste, situado em Arapiraca.
Uma realidade que pode ser evitada, mas que tem ocorrido com frequência, uma vez que, somente no ano passado, 260 pacientes foram atendidos no Hospital de Emergência do Agreste em razão de acidentes de trânsito provocados por animais. Os dados foram divulgados pelo Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da unidade hospitalar.
A equipe multidisciplinar do hospital constatou, com base no relato das vítimas e de seus parentes, que muitos desses acidentes acontecem nas estradas vicinais, quando os animais conseguem ultrapassar as cercas e acabam invadindo as vias secundárias, provocando as colisões. Na maior parte das ocorrências, as vítimas são condutores de motos e homens na faixa etária entre 20 e 30 anos de idade.
Ainda de acordo com o levantamento feito pelo HE do Agreste, que é o maior hospital público do interior de Alagoas, e referência no atendimento a vítimas de traumas de Média e Alta Complexidade, os acidentes ocorrem, geralmente, no fim da tarde e início da noite. Esses acidentes, ainda de acordo com relatos, são provocados geralmente por cavalos, jumentos e burros, que ficam soltos nas rodovias e estradas vicinais.
Preocupantes
O cirurgião geral do HE do Agreste, Jean Rafael Rodrigues, revela que os acidentes com animais na pista são muito preocupantes para a classe médica. “Em muitos casos, o animal entra no veículo pelo pára-brisa, o que pode resultar em traumas muito graves no motorista ou passageiro. Além disso, na tentativa de desviar do animal, o condutor pode colidir o veículo ou moto em um poste ou barranco”, salienta.
Segundo o médico, os pacientes que recebem atendimento no Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, apresentam traumatismo craniano, fraturas nos membros superiores e lesões extensas no corpo. “Por conta disso, a gente aconselha aos motoristas dos veículos, principalmente os condutores de motos, a usarem equipamentos de segurança, como cintos e capacetes. Com isso, eles irão minimizar o impacto e, desse modo, evitar lesões mais graves nesses tipos de acidentes”, reforça o médico.