Família forja doença de criança para arrecadar dinheiro em campanha virtual
Uma campanha de solidariedade que arrecadou dinheiro para tratar da saúde de um menino de 10 anos, em Ananindeua, no Pará, virou caso de polícia. Nesta segunda-feira (28), um inquérito de investigação foi aberto diante de indícios de crime de estelionato. A mãe e a avó da criança, que à época da campanha alegaram que o garoto era soropositivo e tinha um câncer nos olhos, são suspeitas de inventar as doenças para comover voluntários a doarem verbas à família.
Segundo a versão divulgada para a campanha, o menino tinha HIV desde o nascimento e sua mãe havia morrido logo após o parto. E há cerca de seis meses, o garoto havia sido diagnosticado com câncer nos olhos. Criado pela avó em uma casa muito humilde, ele precisava desde itens de higiene, alimentação, remédios e dinheiro para o tratamento. Com a história, as mulheres mobilizaram pessoas e instituições.
Depois de denúncias, Patrícia Correa Gonzaga, 28 anos, mãe do menino, e Mérice Gonzaga dos Santos, 64 anos, avó materna, foram conduzidas até a Delegacia do Júlia Seffer para prestarem depoimentos sobre o caso. Elas confirmaram o golpe ao delegado Marcelim Soares, responsável pelo inquérito. O menino está sob os cuidados do Conselho Tutelar que ficará responsável em definir a guarda temporária da criança.
Estima-se que a campanha tenha arrecado cerca de R$ 3 mil. O delegado ouviu as duas mulheres, que em seguida foram liberadas, e abriu inquérito policial. Segundo ele, ao final das investigações, as suspeitas deverão ter as prisões preventivas solicitadas à Justiça.