Após 28 anos, o arapiraquense com nacionalidade belga, François Janot, ainda guarda o bilhete escrito em 1990 com informações sobre as vacinas que tomou na Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Arapiraca, onde nasceu. No bilhete, uma das poucas pistas que podem levá-lo a encontrar seus pais biológicos, também revela que François nasceu de parto normal, no dia 28 de março, às 4h e que a mãe biológica tinha 19 anos.

Ao ler algumas reportagens no 7Segundos sobre filhos que encontram pais biológicos depois de acionar o Portal, ele entrou em contato com nossa redação e contou um pouco da sua história.

François Janot revela que foi adotado aos três meses por um casal belga. A ligação entre os belgas e a maternidade Nossa Senhora de Fátima se deu por meio de um padre, identificado como José Theisen, que durante muitas décadas esteve no comandando da igreja de Craíbas, no Agreste alagoano. De origem também belga, o padre ajudou muitas crianças abandonadas nos hospitais de Arapiraca a encontrar uma família para adotá-los. Padre José faleceu em 2016, aos 89 anos.

François conta que ainda bebê ficou, antes da adoção, em uma casa no município de Lagoa da Canoa, aos cuidados de uma mulher de nome Leônia dos Anjos. Ela cuidava dos bebês até os processos de adoção serem finalizados.

Após os três meses, François Janot passou a morar em Bruxelas, na Bélgica, onde vive até os dias atuais. Ele disse que quando tinha cerca de seis ano os pais revelaram que ele era adotivo.

Entre 2010 e 2012 ele veio morar no Brasil. Ficou um período em São Paulo e também morou em Arapiraca. Nessa época, François foi até a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima na tentativa de obter alguma informação sobre a mãe biológica, mas não teve êxito. O alagoano também esteve com a mulher que cuidou dele nos primeiros meses de vida, mas Leônia dos Anjos disse que não sabia quem era a mãe biológica dele.

François Janot tem esperança de que com a veiculação desta matéria, alguém possa ajudá-lo a encontrar a mãe biológica.