Bovespa fecha em queda de mais de 3%, de olho na cena política local
O Ibovespa caiu 3,57%, aos 91.903 pontos; bolsa caminha para fechar o mês no vermelho, com queda de 3,85% até agora.
O principal indicador da bolsa paulista, a B3, fechou em forte queda nesta quarta-feira (27), com os investidores de olho na cena política local, após a Câmara ter aprovado na noite da véspera uma PEC que reduz o poder do Executivo sobre o Orçamento e aumenta os gastos obrigatórios, o que mercado entendeu como derrota do governo e sinalização negativa para a reforma da Previdência.
O Ibovespa caiu 3,57%, aos 91.903 pontos, na menor pontuação desde janeiro e maior queda diária desde fevereiro. Veja mais cotações. A bolsa caminha para fechar o mês no vermelho, com queda de 3,85% até agora. No ano, no entanto, ainda há alta acumulada, de 4,57%.
Já o dólar fechou em alta de 2,27%, a R$ 3,9548.
Cenário político e incertezas
Na véspera, os deputados aprovaram Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatória a execução de emendas coletivas no Orçamento da União, no que pode ser visto como um firme recado de insatisfação na relação com o governo do presidente Jair Bolsonaro após dias de farpas sendo trocadas entre Executivo e Legislativo, destaca agência Reuters.
"A situação em Brasília ainda suscita cautela no curto prazo, especialmente com a falta de entendimento do governo com o legislativo. Ainda que o cenário de longo prazo não tenha se alterado de forma substancial, o nível de ruído durante o processo de aprovação da reforma da previdência não está sendo pequeno, o que deve manter o índice bastante volátil nesse meio tempo", escreveu em relatório a clientes a Coinvalores.
Nesta quarta-feira, o mercado também monitora a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Guedes afirmou que a "bola" da reforma da Previdência "está com o Congresso".
Do lado externo, o mercado observa um dia importante para o Brexit. A premiê britânica Theresa May prometeu nesta quarta a parlamentares conservadores que vai deixar o cargo de primeira-ministra do Reino Unido caso o acordo firmado com a União Europeia seja aprovado.