Huck critica ministro: 'Não vou entrar em política, mas essa não dá'
Apresentador diz que armar população 'só vai matar mais gente'
O apresentador Luciano Huck criticou nesta sexta-feira (5) o ministro da Educação, Ricardo Vélez, ao falar sobre a necessidade de colocar em prática boas ideias em institutos e fundações de ensino no país.
Segundo Huck, há muitas pessoas legais discutindo educação no Brasil, mas esse não é o caso do ministro do governo de Jair Bolsonaro.
"Quando você conversa com pessoas, institutos e fundações, tem tanta gente legal, é só colocar em prática. Não é o que a gente está vendo do nosso ministro da Educação [Ricardo Vélez]. Não vou entrar em política, mas essa não dá", afirmou Huck durante a Brazil Conference, em Boston, nos EUA.
Também nesta sexta, em Brasília, Bolsonaro indicou que Vélez deve deixar o cargo na próxima segunda-feira (8), após ser o centro de diversas polêmicas nas últimas semanas.
"Está bastante claro que não está dando certo. Ele é bacana e honesto, mas está faltando gestão, que é coisa importantíssima", disse o presidente durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto. A Folha estava entre os convidados.
O apresentador da Rede Globo cogitou se lançar candidato à Presidência da República no ano passado, mas desistiu de entrar na disputa que elegeu Bolsonaro.
Nesta sexta, ele foi um dos nomes que abriu o evento organizado por alunos brasileiros das universidades de Harvard e do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e, mais uma vez, não descartou entrar na vida política.
"Quando a gente abre a caixinha de pensar políticas públicas é difícil voltar atrás", afirmou. Para ele, é preciso "derrubar os muros ideológicos" e "servir o país nem que seja por um tempo".
"Tem que derrubar os muros ideológicos, a gente tem que conversar, tem que ouvir o diferente, construir novos modelos econômicos que sejam adequados e coerentes para o tempo que estamos vivendo".
O discurso de Huck foi recheado de recados, inclusive contrários a políticas defendidas pelo atual governo. Ele disse que não é possível fugir da discussão sobre redução da desigualdade no Brasil e que armar a população não vai resolver os problemas de violência, mas sim "só matar mais gente".
"Isso [armar a população] não vai resolver problema nenhum de violência, vai só matar mais gente", disse Huck.
O governo Bolsonaro aprovou no início do ano decreto que facilita a posse de armas no país –e discute ampliar o porte em diversos casos.
Segundo o apresentador, as pessoas "fazem cara feia" quando ele fala sobre reduzir a desigualdade mas é preciso reduzir a extrema pobreza no país.
Huck afirmou ainda que apoia "boa parte das teses liberais de economia", mas que elas, sozinhas, não vão trazer soluções. Na sua avaliação, as elites não querem colocar a mão no bolso para ajudar a resolver os principais problemas socioeconômicos do Brasil.
"Apoio boa parte das teses liberais da economia, mas essas teses, por si só, da Faria Lima e Leblon [referência a regiões de classe média alta em São Paulo e no Rio], não vão puxar para dentro da sociedade a Dona Marlene, que mora no Sertão do Cariri [CE]".
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