Lava-Jato cumpre mandados contra funcionários de banco
Estão sendo cumpridos 41 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
A Polícia Federal (PF) deflagrou a 61ª fase da Lava-Jato em Curitiba, a operação Disfarces de Mamom, para combater suposto esquema de lavagem de dinheiro que contaria com a atuação de funcionários de um banco.
Cerca de 170 policiais federais cumprem 3 mandados de prisão preventiva e 41 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Os mandados foram expedidos pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
Segundo a investigação, os funcionários do banco faziam a contratação de empresas de fachada que emitiam notas fiscais e contratos fictícios para justificar serviços não prestados e assim camuflar pagamentos feitos e recebidos pelo banco no exterior.
Com a ajuda de doleiros, remetiam valores para o exterior por meio de operações do tipo dólar-cabo, "conferindo assim aparência de legalidade às operações e obtendo, deste modo, dinheiro em moeda estrangeira com aparência legal", afirma a PF.
Os presos são funcionários do banco investigado e, na época, um deles atuava na mesa de câmbio, outro era diretor da área de operações de câmbio e o terceiro era diretor geral da instituição.
As investigações tiveram início a partir de depoimentos e colaborações colhidas de três administradores de uma instituição financeira no exterior que atuava ocultando capitais em operações criminosas em favor do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
Trata-se da primeira vez em que a operação Lava-Jato cumpre mandados diretamente na sede de um banco.
Os presos serão levados para a sede da PF em São Paulo e posteriormente transladados para a Superintendência do Paraná, onde serão interrogados.
O nome da operação remete a uma passagem bíblica "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." (Mateus 6.24). Isso porque a instituição bancária envolvida, que deveria zelar pelo higidez do sistema financeiro no âmbito do qual ela estava inserida, valia-se de sua posição privilegiada dentro da estrutura financeira do mercado para a viabilização de atividades ilícitas.
Será concedida entrevista coletiva às 10h no auditório da Superintendência Regional da PF em Curitiba.