Moro cria polícia política contra Greenwald, aponta Carta Capital
Segundo a carta, Moro toma medidas desesperadoras
Carta Capital denuncia que o ex-juiz Sergio Moro estaria criando uma polícia política contra o jornalista Glenn Greenwald; deputado Ivan Valente (PSOL-SP) apresentou requerimento de informações ao ministro; se o ex-juiz não responder em até 30 dias ou se mentir, correrá o risco de ser acusado de crime de responsabilidade
Uma reportagem da revista Carta Capital desta semana reforça que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, determina uma "polícia política" contra o jornalista Glenn Greenwald, um dos fundadores do site Intercept Brasil, responsável pro divulgar os escândalos da Operação Lava Jato em que o ex-juiz tentou interferir no trabalho de procuradores.
A PF pediu informações sobre Greenwald ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão federal de vigilância de movimentações bancárias suspeitas, pois, de acordo com o atual ministro, Greenwald pagou hackers para obter os diálogos de Moro.
Outro detalhe, destaca a revista, é que, a pedido de um deputado bolsonarista, José Medeiros (Pode-MT), a PF quer investigar se o jornalista comprou o mandato de Jean Wyllys (PSOL-RJ). Ao ir morar na Europa com medo de morrer, Wyllys abriu a vaga assumida por Miranda, casado com Greenwald.
A cúpula da PF também tem uma dívida de gratidão com Moro. Seu diretor-geral é o delegado que chefiou a PF no Paraná durante a Lava Jato, Mauricio Valeixo. Foi escolhido por Moro para o cargo atual. O mesmo vale para o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Igor Romário de Paula.
O líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente (PSOL-SP), apresentou um requerimento de informações ao ministro. Esse tipo de requisição é uma prerrogativa parlamentar. O congressista quer saber se há um inquérito específico sobre Greenwald, se o Coaf prestou informações sobre o americano e outros jornalistas, e se Moro tem acesso ao eventual inquérito, além de ouras informações. O PSOL também foi à Procuradoria-Geral da República pedir apuração sobre eventual improbidade da parte de Moro nesse episódio.
Se o ex-juiz não responder em até 30 dias ou se mentir, correrá o risco de ser acusado de crime de responsabilidade.
Em nota, o Coaf nega ter recebido um pedido da PF.