Saúde

Dia do Combate às Hepatites Virais marca a chegada de medicamentos de última geração para Hepatite C

Dentre os 5 tipos, a Hepatite C é considerada a mais perigosa e pode evoluir para cirrose, câncer de fígado e levar a necessidade do transplante

Por Assessoria 26/07/2019 20h08
 Dia do Combate às Hepatites Virais marca a chegada de  medicamentos de última geração para Hepatite C
Números da Hepatite C ainda são considerados altos - Foto: Reprodução

Os pacientes com Hepatite C já podem comemorar: estão à disposição, pelo SUS, medicamentos de última geração contra a doença. O vírus da hepatite C (HCV) é o mais perigoso entre as hepatites virais e continua registrando o maior número de casos: 11,9 para cada 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, estima?se que mais de 700 mil pessoas tenham hepatite C e a grande maioria não sabe que convive com a doença. Para alertar e conscientizar a população, foi criado o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais,comemorada em 28 de julho, também conhecido como Julho Amarelo.

Dr. Eric Bassetti, gastroenterologista e diretor médico associado da Gilead Sciences – biofarmacêutica que tem a Hepatite C como uma de suas principais áreas terapêuticas de pesquisa e desenvolvimento – alerta que “por se tratar de uma doença viral que leva à inflamação do fígado e raramente desperta sintomas, grande parte das pessoas desconhece sua condição e poucos têm conhecimento de como ocorreu a transmissão”.

A Hepatite C é completamente curável na grande maioria dos pacientes. “Esse 28 de julho será especial! Os pacientes já podem contar com remédios de última geração disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) que alcançam taxas de cura de até 98% em apenas doze semanas, com um único comprimido ao dia e com poucos efeitos adversos”, explica.

O HCV é transmitido por contato com sangue infectado, sendo os principais meios de transmissão compartilhamento de seringas e agulhas, práticas sexuais de risco, transmissão vertical (da mãe para o filho) e reutilização e esterilização inadequada de equipamentos médicos.

A detecção da doença é simples, através de um exame de sangue, o anti?HCV, realizado em qualquer unidade do SUS ou nas redes particulares. Porém, apesar da simplicidade para diagnóstico, o desafio está em encontrar os pacientes, já que os índices de detecção ainda são muito baixos. Até mesmo a biópsia hepática, muito utilizada no passado, é raramente solicitada hoje em dia.

A Organização Mundial da Saúde visa a eliminação da Hepatite C até 2030, mas Dr. Eric enfatiza que “este é um trabalho conjunto de conscientização, pois é importante também que os pacientes estejam atentos e lembrem seus médicos para que peçam o exame. Qualquer médico pode solicitar o exame, conduta recomendada, inclusive, pelo Conselho Federal de Medicina”.

Se o resultado for positivo, o paciente deve ser encaminhado para um médico especialista que solicitará os exames complementares para confirmação do diagnóstico e início do tratamento.

“E se for necessário o tratamento, mesmo em casos avançados de cirrose, as chances de cura são de aproximadamente 98%, com medicamentos por via oral e muito bem tolerados. Em alguns países, como na Espanha, devido ao tratamento já se observa uma significativa redução dos transplantes de fígado por hepatite C”, conclui o Dr. Eric.

Perigos do diagnóstico tardio

A Hepatite C é a maior causa de cirrose, câncer e transplante de fígado no mundo.

Além das complicações, ela pode desencadear doenças sistêmicas ? disfunções que afetam uma série de outros órgãos ou tecidos. Exemplo disso é o desenvolvimento de Diabetes do tipo 2 e do Linfoma. O fato de 80% dos casos da doença serem assintomáticos faz dela um sério problema de saúde pública, podendo levar décadas para dar sinais e, normalmente, quando se manifesta já apresenta um estágio avançado de comprometimento do fígado.