Ezilda Marques Castelo Branco, 75, herdou o par de olhos azuis da bisavó Umbelina Maria, filha do fundador de Arapiraca Manoel André. No jardim de sua residência, no bairro Baixa Grande, onde tem plantada uma árvore que originou o nome da cidade, ela recebeu gentilmente, a equipe do Portal 7Segundos para contar um pouco da sua origem familiar. Essa é a quarta reportagem da série de matérias que serão publicadas durante o mês de outubro em homenagem aos 95 anos de emancipação política de Arapiraca. 

Aos 75 anos de idade e com uma memória de fazer inveja a muita gente mais jovem, ela carrega lembranças ainda muito vivas da casa da bisavó que ficava localizada no cruzamento da Rua Lucio Roberto com a Rua Domingos Rodrigues.

Ela conta que a bisavó Umbelina Maria viveu até os 100 anos de idade, e por isso, teve a grata oportunidade de conhecê-la ainda em vida. 

“A família sempre foi muito religiosa e todo dia 13 de dezembro, dia de Santa Luzia, padroeira dos olhos, a minha tataravó reunia todas as filhas e netas para rezar o terço em homenagem à santa. Eu deveria ter uns quatro a cinco anos, mas lembro daquela imagem com as mulheres da família reunidas rezando e entoando cânticos religiosos”, contou. 

                                                

Arapiraca plantada há 42 anos no jardim da tataraneta de Manoel André 

A ligação genética de Ezilda Marques está relacionada ao terceiro casamento do fundador de Arapiraca que casou-se por quatro vezes. No terceiro casamento, ele teve apenas uma filha que era a Umbelina Maria. Esta por sua vez, teve vários filhos, dentre eles, Rosa Umbelina, mãe de Nair Umbelina, que é a mãe de Ezilda Marques.

Ezilda disse que a história genealógica da sua família foi contatada de geração em geração. Todos sempre falavam do parente que por volta 1848 chegou à região para receber terras como dote de matrimônio. E na imensidão de terras ainda não desbravadas Manoel André, à sombra de uma Arapiraca teria dito a frase história. “Por enquanto, esta Arapiraca será minha casa.

"Crescemos ouvindo essa história. Minha vó e minhas tias reuniam a família para contar essa ligação genética com o fundador do município. Minha mãe tinha muito prazer em dizer que era bisneta de Manoel André. “Eu também continuei preservando essas lembranças contando para os meus três filhos, e agora para os meus três netos” finalizou.