Governo anuncia US$ 10 bi em investimentos da Arábia Saudita no Brasil
Eles afirmaram que os setores contemplados ainda serão definidos, mas a tendência é que projetos de infraestrutura e agronegócio tenham prioridade

A Arábia Saudita vai investir US$ 10 bilhões, o equivalente a R$ 40 bilhões, por meio de fundos soberanos no Brasil, informou hoje o governo federal. O anúncio foi feito pelos ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) em Riad, capital do país árabe.
Eles afirmaram que os setores contemplados ainda serão definidos, mas a tendência é que projetos de infraestrutura e agronegócio tenham prioridade. Também não se sabe o prazo durante o qual esse investimento será feito.
Segundo os ministros, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) autorizou a criação de conselho que ficará responsável por auxiliar nas negociações e dúvidas técnicas. O grupo deverá ser alocado na Casa Civil. O montante virá do Fundo de Investimento Público saudita (PIF) De acordo com Onyx, os trabalhos para a efetivação dos investimentos começarão "imediatamente" na volta da comitiva presidencial ao Brasil. Ele não deu prazo final para as aplicações.
Projetos de privatizações e concessões do PPI (Parceria de Programas de Investimentos), incluindo o setor de óleo e gás, serão propagandeados para receberem fatia dos investimentos. Onyx Lorenzoni acrescentou que os sauditas já demonstraram interesse em construir a ferrovia "Ferrogrão", de 1 mil km de extensão que ligaria o Mato Grosso ao Pará, para o escoamento de produtos agrícolas. O custo estimado deste projeto é de aproximadamente US$ 3 bilhões.
O ministro negou que tenha havido pedido de contrapartida aos investimentos por parte dos sauditas e defendeu que os sauditas querem acessar a América Latina a partir do Brasil. Ele afirmou que reformas promovidas pelo governo, como a da Previdência, e medidas de desburocratização foram importantes para atrair o fundo soberano.
Segundo o governo federal, o Brasil é o sexto país a receber aportes do fundo soberano saudita. Os outros são Estados Unidos, Japão, África do Sul, Rússia e França. Os ministros fizeram questão de ressaltar que o valor é o mesmo investido na Rússia e o dobro do da França.
Bolsonaro ausente
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) preferiu não participar do anúncio, até o momento, o mais concreto na viagem por cinco países iniciada em 19 de outubro. Bolsonaro e comitiva já passaram por Japão, China, Emirados Árabes Unidos e Qatar. O grupo retorna de Riade ao Brasil amanhã por volta das 12h no horário de Brasília.
Bolsonaro também não quis falar com a imprensa, ao sair para jantar com chefes de Estado e de governo presentes no Future Investment Initiative, oferecido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. O jantar atrasou mais de uma hora e meia em relação ao horário previsto. Ao longo do dia, Bolsonaro se irritou com perguntas sobre críticas a vídeo postado e apagado no perfil pessoal dele no Twitter em que se compara a um leão atacado por hienas. Algumas das hienas seriam o STF (Supremo Tribunal Federal) e o próprio partido, PSL.
Pela manhã, o presidente chegou a abandonar a entrevista quando seria questionado sobre a crítica do ministro decano do Supremo, Celso de Mello.
Governos dos dois países negociam facilitação em vistos
Ainda segundo o ministro Ernesto Araújo, os governos brasileiro e saudita negociam a facilitação de vistos para cidadãos de ambos os países, em especial para negócios e turismo.
A intenção é que as permissões tenham validade de até cinco anos, taxas de pagamentos sejam reduzidas e mais modalidades de entrada sejam liberadas. As medidas seriam recíprocas. Ou seja, ambos os países teriam os benefícios na mesma medida. Araújo falou que o governo brasileiro quer assinar as mudanças até o final do ano. Assessores do ministério falaram que, se possível, os documentos serão assinados já amanhã.
Atualmente, a maioria dos brasileiros entra na Arábia Saudita apenas por meio de visto de negócios ou a convite do governo saudita. O turismo é permitido, mas os brasileiros não contam com facilidades concedidas a cidadãos de 49 países. Essa própria facilitação a estrangeiros selecionados foi anunciada pelos sauditas há um mês.
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