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Professores aposentados temem ficar sem salários e protestam durante desfile em Arapiraca

Sinteal Arapiraca convocou oficialmente uma reunião técnica, que deve acontecer na próxima terça-feira (5)

Por 7 Segundos 31/10/2019 17h05
Professores aposentados temem ficar sem salários e protestam durante desfile em Arapiraca
Professores aposentados de Arapiraca fizeram uma mobilização durante o Desfile de Emancipação Política da cidade - Foto: Cortesia

Os professores aposentados do município de Arapiraca temem ficar sem salários por questões ligadas ao fundo previdenciário da categoria. Nesta quarta-feira (30), durante o Desfile de Emancipação Política da cidade, a classe realizou uma mobilização.

A preocupação dos professores aposentados começou com o atraso salarial da categoria, anteriormente os aposentados recebiam seus salários no dia 30, e agora, na gestão Rogério Teófilo, passaram a receber os salários no dia 10 do mês seguinte. Além disso, de acordo com os aposentados, o Imprev (Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores Públicos de Arapiraca) não tem suporte e nem aporte financeiro para garantir esses pagamentos das aposentadorias.

De acordo com o presidente do Sinteal (Sindicato dos Trabalhadores de Educação de Alagoas) Arapiraca, Paulo Henrique, a falta de estruturação do Imprev vem da separação de fundos. “Ao nosso ver o que agravou foi a separação dos fundos, hoje são dois, um previdenciário e outro de investimento, onde essas contribuições são recolhidas e separadas. Isso ocorreu ainda na gestão do prefeito Luciano Barbosa e foi algo que não foi discutido com a categoria, apenas foi feito e hoje temos esse entrave, e nosso objetivo enquanto entidade representativa é buscar alternativas”.

Para isso o Sinteal Arapiraca convocou oficialmente uma reunião técnica, que deve acontecer na próxima terça-feira (5), entre secretários da gestão municipal, vereadores e representantes Imprev. “Juntos vamos trabalhar uma primeira discussão, uma vez que uma das grandes problemáticas é a questão da conclusão de calendários dos aposentados, e assim vamos estudar a viabilidade dessa unificação dos fundos, sabemos que é uma situação que necessita de um estudo técnico, mas a nossa inciativa é de abrir caminhos para essa discussão, para resolver essa questão da insegurança”.

Segundo o presidente, a mobilização inicial dos aposentados é pelo atraso salarial, “mas a gente sabe que continuando a situação da forma que está, vai chegar um momento que o município de Arapiraca vai ter bem mais dificuldades de honrar esse vencimento, e vale ressaltar que são recursos que são retirados dos recursos próprios da prefeitura municipal,  e se estivéssemos com um fundo previdenciário mais estruturado, essa contra partida seria bem menor e, ao nosso ver, daria até mais folga a gestão para que pudesse trabalhar”.

O representante da comissão dos professores aposentados de Arapiraca, Domício Nunes de Oliveira, falou sobre o temor da classe. “Essa administração do Rogério Teófilo inicialmente pagava os professores aposentados junto com os professores da ativa, não tinha problema, mas recentemente começaram a atrasar os nossos salários, colocando a gente para receber na segunda faixa, no dia 10 do mês seguinte, mas temos uma preocupação, porque de imediato é dia 10, mas em um futuro próximo, como já aconteceu no Rio de Janeiro, podemos ficar sem os nossos salários. O Brasil está em recessão e existe a probabilidade de piorar e temos essas preocupação”.

"Inclusive não sabemos nem se vamos receber o décimo terceiro, porque até agora o Prefeito Rogério Teófilo não falou em nenhuma rádio que vai pagar”, completou o professor aposentado.

Domício Oliveira fez um apelo a gestão de Arapiraca. “Temos aposentados que dependem exclusivamente dessa renda, quando recebíamos em dia tínhamos nossos compromissos nas datas certas, agora mudou, sem nos consultar, e isso está desequilibrando as contas dos aposentados”.

“Temos aposentados com câncer, em situações deploráveis e pedimos que a gestão veja essa parte com carinho, porque os professores aposentados contribuíram e não tem culpa da crise, isso não é moral, não é ético Rogério Teófilo”, finalizou o professor aposentados.