Caso Ághata: Tiro que matou a menina no Rio partiu de PM, conclui inquérito
Segundo o Instituto Médico Legal, a menina foi vítima de lacerações no fígado
A Polícia Civil do Rio concluiu que o disparo que matou a menina Ághata Vitória Sales Félix, de 8 anos, partiu da arma de um policial militar. O caso ocorreu no dia 20 de setembro na localidade conhecida como Fazendinha, no Complexo do Alemão, na zona norte da capital fluminense. A criança estava em uma kombi quando foi baleada.
O PM, lotado da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Fazendinha, foi indiciado pela morte e o inquérito da Delegacia de Homicídios (DH), responsável pela investigação, foi encaminhado ao Ministério Público do Rio. O nome dele não foi divulgado.
As investigações contaram com depoimentos de policiais militares em serviço pela UPP, outras testemunhas e resultados da perícia realizada no local. Uma reprodução simulada foi realizada no dia 1º de outubro.
"O resultado dessa perícia aponta, após criteriosa análise técnica, que houve erro de execução por parte do PM", informou a Polícia Civil.
Segundo as investigações, o policial tentou atingir dois traficantes que passavam em uma moto, "mas o projétil ricocheteou [bateu primeiramente em um poste] e atingiu Ághata no interior do veículo", afirmam os investigadores.
A Polícia pediu o afastamento do policial da UPP Fazendinha e o proibiu de manter contato com testemunhas que não sejam policiais militares. Sobre a conclusão do inquérito, até o momento nem o Governo do Estado nem a Polícia Militar se manifestaram.
Caso ocorreu há dois meses
A menina Ághata Vitória Sales Félix, de 8 anos, morreu depois de ter sido baleada quando viajava com a mãe, Vanessa Sales, em uma kombi, na comunidade Fazendinha, no Complexo do Alemão, na noite do dia 20 de setembro. Ághata foi levada para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Alemão, de onde foi transferida para o Hospital Getúlio Vargas. Ela chegou a ser operada durante cinco horas, mas não resistiu.
Segundo o Instituto Médico Legal, a menina foi vítima de lacerações no fígado, no rim direito e em vasos do abdômen, provocadas pelo tiro.
A Polícia Militar alegou na ocasião, que houve confronto entre policiais e traficantes. Entretanto, os familiares de Ághata e o motorista da Kombi afirmam que não houve tiroteio.