Após morte de Ághata, protesto lembra crianças vítimas da violência no Rio
O protesto silencioso foi organizado pela ONG Rio de Paz, que tenta sensibilizar a população para o impacto da violência nas comunidades cariocas
Uma após o outro, 59 cartazes pregados em cruzes enfileiradas no Aterro do Flamengo, na zona sul do Rio, lembram hoje as crianças mortas precocemente por balas perdidas no Rio desde 2007. O protesto silencioso foi organizado pela ONG Rio de Paz, que tenta sensibilizar a população para o impacto da violência nas comunidades cariocas.
Entre as placas estão casos notórios. Como Maria Eduarda, 13 anos, morta por uma bala perdida disparada pela polícia dentro da escola, na favela de Acari, em março de 2017. Outro nome lembrado é o de Marcos Vinícius, 14 anos, morto a caminho da escola durante uma operação policial no Complexo da Maré, em junho de 2018. A última placa é a da menina Ághata Félix, 8 anos, a mais recente vítima de uma sucessão de tragédias. Ela foi morta no Complexo do Alemão há nove dias, quando voltada para casa com a mãe.
Além do protesto, os voluntários da ONG arrecadam até as 17h brinquedos, que serão distribuídos para crianças do Complexo do Alemão. Segundo Antônio Carlos Costa, o objetivo é mostrar que nas áreas nobres da cidade as pessoas se importam com a violência nas comunidades.
"A ideia é nós expressarmos solidariedade às crianças. É claro que esses brinquedos não são o que elas mais precisam. Gostaríamos de oferecer educação de qualidade, acesso a áreas de lazer, segurança pública. Mas acreditamos que vale pelo simbolismo. Imagine uma criança amiga da Ághata, voltando para a sala de aula na escolinha onde ela estudava e perguntando por ela. E alguém vindo a dizer que ela foi atingida por um tiro de fuzil e nunca mais voltaria à escola. Essa criança ouvindo que isso ocorre na favela, mas não ocorre do outro lado da cidade. A manifestação teve esse objetivo: de dizer que no outro lado da cidade há pessoas que se importam", afirma.
Já João Luis Silva, articulador social da ONG, lembra que expor visualmente o tamanho da tragédia que a violência no Rio causa para crianças é o principal objetivo do ato.
"O primeiro ponto é causar impacto em pessoas que são um pouco indiferentes sobre a morte de tantas crianças. A maioria desses casos que listamos aqui não tiveram repercussão ou investigação até hoje. E essas famílias nunca foram amparadas pelo estado", critica.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil fará uma reconstituição da cena do crime para tentar estabelecer informações importantes para a investigação, como o local de onde partiu o disparo que atingiu a menina. A perícia no projétil encontrado no corpo da menina constatou que a bala é de fuzil, mas não foi capaz de fazer o confronto balístico com a arma de policiais que atuavam na comunidade no momento do crime.
Veja também
Últimas notícias
Seis candidatos disputam vaga na lista tríplice para procurador-geral do MPAL
EUA retiram sanções a Moraes e dizem que medidas eram “inconsistentes”
Ufal abre chamada pública para ocupação de quiosques e espaços
Vestibulares do Ifal têm inscrições abertas em seis campi
Crianças ficam feridas após caírem da sacada de casarão abandonado no Jaraguá
Justiça decreta prisão temporária de suspeito de matar ex-companheira em Pindorama
Vídeos e noticias mais lidas
“Mungunzá do Pinto” abre os eventos do terceiro fim de semana de prévias do Bloco Pinto da Madrugada
Família de Nádia Tamyres contesta versão da médica e diz que crime foi premeditado
Prefeito de Major Izidoro é acusado de entrar em fazenda e matar gado de primo do governador
Promotorias querem revogação da nomeação de cunhada do prefeito de União
