Política

Governador afirma que isolamento é necessário até Estado estar preparado para atender pacientes com covid-19

Em visita a hospital de Arapiraca, Renan Filho afirmou que espera atingir capacidade máxima da rede hospitalar no dia 15 de maio

Por 7Segundos 09/04/2020 12h12
Governador afirma que isolamento é necessário até Estado estar preparado para atender pacientes com covid-19
Governador e equipe usam máscaras durante visita a hospital em Arapiraca - Foto: SecomAL

O governador Renan Calheiros Filho (MDB) afirmou que as medidas de isolamento social – como o decreto de emergência que limitou as atividades comerciais – são necessárias até que o Estado esteja totalmente preparado para atender as pessoas que contraírem o coronavírus. Na manhã desta quinta-feira (09) em Arapiraca, após visita ao Memorial Djacy Barbosa, ele declarou também que no dia 15 de maio pretende ter 750 leitos na Capital e interior exclusivos para atender pacientes de covid-19, 250 de UTI e 500 de cuidados intermediários.

“O isolamento social é fundamental neste momento tanto para o setor produtivo como para as escolas justamente porque nós estamos adequando a rede. Por exemplo, se todo mundo [em Arapiraca] tivesse levando uma vida normal e o hospital Djacy Barbosa não estivesse pronto para atender os pacientes de covid-19? Provavelmente teríamos pacientes precisando de respiradores e sem ter onde ser atendido. Então precisamos achatar a curva de contágio enquanto a gente eleva a capacidade hospitalar, como estamos fazendo aqui. E só é possível achatar a curva de contágio com o isolamento, infelizmente não tem outra forma”, afirmou para a imprensa.

Renan Filho esteve acompanhado do vice-governador Luciano Barbosa e do secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres, visitando as instalações do Memorial Djacy Barbosa, mais conhecido como Hospita Afra Barbosa, nesta quinta-feira. A unidade estava com as portas fechadas há um mês, em decorrência de interdição ética do Conselho Regional de Medicina, mas está passando por reformas vai voltar a funcionar na próxima terça (14), após receber equipamentos de respiração artificial do Estado, para atender pacientes infectados pelo coronavírus. O hospital terá dez leitos de UTI e outros 52 leitos de retaguarda exclusivos para atender pacientes com a doença.

Somados os leitos de UTI-covid no Hospital de Emergência do Agreste, e os leitos contratados pelo Estado no Hospital Chama, Arapiraca deverá contar com um total de 30 leitos de UTI e aproximadamente outros 100 leitos de cuidados intermediários. No Agreste, segundo Renan Filho, o município de Girau do Ponciano também deverá contar com leitos de isolamento, para atender os municípios da região, como Traipu e Campo Grande.

O Estado também está estruturando leitos em Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos, Coruripe – que já atende um paciente na UTI-covid, e Penedo. Nestes dois últimos municípios, o governador também visita unidades hospitalares nesta quinta. Com a inauguração do Hospital Metropolitano, localizado no bairro Tabuleiro dos Martins em Maceió, marcado para 15 de maio, Alagoas deverá ter uma rede com um total de 750 leitos para o tratamento da covid-19 em Alagoas.

O secretário Alexandre Ayres afirmou que esses leitos exclusivos, que praticamente dobra a capacidade de atendimento de UTI no Estado, estão sendo estruturados dentro de um prazo de 45 dias e que os respiradores que estão sendo entregues no Memorial Djacy Barbosa tinham sido adquiridos para o Hospital Metropolitano. Segundo ele, apesar da corrida mundial pelos equipamentos, Alagoas também está em busca de respiradores para equipar a nova unidade.

“Alagoas está melhor estruturada que a média dos Estados”, frisou Renan Filho. Segundo ele, os pacientes internados ocupam, atualmente apenas 12% dos leitos exclusivos para a doença. “Enquanto isso, há locais que tem mais de 80% dos leitos de UTI ocupados, Estados inclusive muito mais ricos que o nosso. É muito importante que as pessoas compreendam que estamos enfrentando a maior crise de saúde pública da nossa geração. Se fosse uma gripezinha boba não estaríamos aqui reabrindo um hospital que estava com dificuldade de funcionamento para atender o cidadão, dando a oportunidade de que ele volte muito mais forte do que antes”, declarou.

O governador Renan Filho afirmou que, em meio à quarentena, “é preciso olhar os dois lados da problemática”, se referindo às medidas de isolamento social adotadas para achatar a curva de contágio e às consequências para a economia e o sustento da população. Ele afirmou ainda que está avaliando o que deverá fazer quando os prazos estabelecidos pelo atual decreto de emergência, que definiu que o comércio deve permanecer fechado até o dia 20 e as escolas até o dia 30, chegarem próximos do fim desses prazos.

“Estou avaliando o decreto, porque ele não tem relação com os casos confirmados, mas com a rede hospitalar”, reforçou. “Seria razoável Arapiraca não ter nenhum leito de UTI para paciente com coronavírus se o município não tem caso confirmado? Já tem caso de internação na UTI do Hospital de Emergência do Agreste, se não houvessem esses leitos, esses casos poderiam estar sem respirador, com muita dificuldade de sobreviver. Uma doença como essa não pode ser neglicenciada. No Brasil já morreu 800 pessoas e ainda tem gente achando que é uma gripezinha. Se a gente não se preparar, vai morrer muita gente em Alagoas e qualquer vida perdida representa muito, tanto para o Estado, porque a gente tem que defender cada vida, e sobretudo para os familiares”, ressaltou.