Covid-19 pode causar retrocesso de 20 anos no combate à fome no mundo
Avaliação é do ex-diretor da FAO José Graziano

A crise causada pela pandemia do novo coronavírus pode fazer com que o mundo retroceda 20 anos no enfrentamento à fome, avalia o ex-diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) José Graziano.
Segundo Graziano, as projeções indicam que pode haver um aumento de 140 milhões no número de pessoas em pobreza extrema, levando para 1 bilhão a quantidade de pessoas que passam fome no mundo. “É o número que nós tínhamos 20 anos atrás, no início dos anos 2000. É retroceder 20 anos no combate à fome”, enfatizou ao participar de um seminário online promovido pelo Instituto Brasil África.
Nutrição e obesidade
Para além do problema da falta de alimentos, Graziano chamou a atenção para necessidade de que seja promovida uma dieta balanceada para as populações. “Se nós dependermos só de comida processada ou ultraprocessada, e deixarmos de lado frutas, legumes, nós podemos aumentar o nosso problema de obesidade”, disse.
Graziano defende que sejam feitas políticas que permitam o acesso a frutas e legumes frescos. “Se nos tornarmos comedores de batatas, de arroz importado e de cachorro-quente, isso vai aumentar o sobrepeso”, disse.
De acordo com a FAO, dentre os dez países líderes da obesidade no mundo, quatro estão nas Américas, sendo dois na América Latina. A liderança é exercida pelos Estados Unidos, com 38,2%; seguido do México, com 32,4%; Canadá, com 25,8%; e Brasil (20,8%). Em todo o mundo, há em torno de 672 milhões de pessoas obesas.
Graziano lembrou que o sobrepeso e a obesidade são fatores que estão associados ao agravamento da doença causada pelo coronavírus, mesmo em pacientes jovens. “Isso também vai comprometer as futuras gerações. Pessoas que são obesas vão ter mais problemas de saúde no futuro”, disse.
Para contornar o problema, o ex-diretor acredita que seja necessário reforçar as cadeias locais de produção de alimentos, abrindo caminho para os pequenos agricultores. “Não podemos confiar só nos mercados, nas commodities e nas importações em relação à comida”, disse.
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