São Sebastião: pontos no Mercado do Peixe são redistribuídos e deixam feirantes de Arapiraca de fora
Feirante afirma que após 30 anos no ponto, secretário afirmou que “vai ver” se sobra espaço após recadastramento

A feira de São Sebastião é o sustento de uma família de Arapiraca há três décadas e, com a pandemia do coronavírus pai, mãe e duas filhas de Arapiraca acabaram sem ter de onde tirar recursos para a subsistência. Os quatro possuíam um total de dez pontos no Mercado do Peixe e, após a prefeitura fazer alterações na feira livre - entre elas a proibição para feirantes de outras cidades comercializarem seus produtos - os locais foram ocupados por outros feirantes.
“Minha irmã já está passando necessidade. Só não tenho vergonha de admitir isso porque tudo que ela e a minha família tem vem da feira, conquistado com muito trabalho. Tudo o que a gente quer no momento é poder voltar a trabalhar e a ganhar nosso sustento honestamente, como fizemos toda a vida”, afirmou Juliana Cavalcante.
Ela relata que, no final de março, quanto os municípios passaram a adotar medidas para tentar conter o contágio pelo coronavírus, a prefeitura de São Sebastião estabeleceu que apenas os feirantes locais poderiam comercializar seus produtos. A família acatou a decisão, por saber que seria temporária, mas nas semanas seguintes, receberam informações de que seus pontos de venda dentro do Mercado do Peixe estavam sendo ocupados.
“Meu pai foi até a prefeitura para pedir uma explicação e o secretário que é responsável pela feira, não sei o nome dele. O secretário disse que está fazendo um novo cadastramento e depois, se sobrar, vai ver que ponto ele vai poder ficar. Meu pai trabalha na feira há 30 anos, aquela é a vida dele. Ele chegou em casa e chorou”, relata a filha.
Juliana Cavalcante conta que ela e a família pagavam as taxas da prefeitura semanalmente, como uma garantia de continuar podendo comercializar seus produtos na feira. As taxas, equivalente a R$ 10 por tarimba, são cobradas por fiscais da prefeitura, que vão de ponto em ponto recolher o dinheiro durante a feira que acontece aos sábados. Eles só pararam de pagar as taxas quando tiveram a permissão suspensa pela prefeitura. “Depois disso tudo, os mesmos fiscais expulsaram a gente da feira no último sábado”, contou.
Os pontos em que ela, a irmã e os pais atendiam os clientes fiéis agora são ocupados por um outro feirante também de Arapiraca, que passou a usar parentes e trabalhadores que emprestaram os comprovantes de residência para se cadastrar no município. “Falo isso porque é verdade. Ele conseguiu os comprovantes de residência e, para não ser pego pela fiscalização, leva os produtos até um posto de gasolina e a pessoa que está cadastrada no lugar dele leva para a feira. Ele não fica na banca, mas recebe todo o dinheiro no final. Enquanto isso, a gente que sempre trabalhou com honestidade, fazendo tudo certo, perdemos nosso direito de trabalhar”, lamentou,
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura de São Sebastião por telefone e por WhatsApp, mas até o fechamento dessa matéria não obteve resposta.
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