Diretor-geral do Ifal Palmeira afirma que nenhum estudante ficará para trás
Reuniões têm o intuito de trazer mais transparência sobre a suspensão das atividades acadêmicas
O Ifal Palmeira dos Índios está realizando reuniões a comunidade no intuito de trazer mais transparência sobre a suspensão das atividades acadêmicas, nesta semana, nos dias 15 e 16 de junho foram realizados mais dois encontros. O primeiro foi destinado aos representantes de turmas e, o segundo, para pais, mães e outros responsáveis legais dos estudantes. A iniciativa vem da Direção-geral do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios.
Durante os encontros, o diretor-geral, Roberto Fernandes, esclareceu pontos sobre como ficaria o calendário pós-pandemia e como o campus estaria se preparando para o “novo normal” assim que as aulas retornassem, deixando claro, também, que todas as ações e decisões são tomadas em conjunto com os outros campi e com a Reitoria do Ifal.
“Desde fevereiro deste ano, foi instituída a lei 13.979, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública em decorrência do coronavírus, mas até aquele momento a doença não havia se proliferado em nosso país. Em 18 de março, com outro cenário, nós nos reunimos para decidir acerca da suspensão ou não dessas atividades. Nós, diretores, juntos à Reitoria, começamos a manter contato enquanto as discussões nacionais ganhavam corpo, pois até aquele momento ainda estávamos todos no escuro”, resumiu o gestor sobre como se deu o processo de paralisação das aulas.
Também participou do encontro, a chefe do Departamento do Ensino Técnico, Regina Telles, a docente explicou o porquê de o Ifal não ofertar aulas remotas para seus alunos. “Tudo que trouxemos para esta reunião é baseado em pesquisas que fizemos com nossos estudantes acerca da conectividade deles. Estudamos, relacionamos os resultados e a conclusão é de que boa parte não está conectada ou não tem equipamento suficiente para sustentar uma aula a distância neste momento”, disse.
Segundo Regina, os professores diariamente se reúnem remotamente para analisar propostas de projetos pedagógicos para este retorno que possa acolher toda a comunidade. Sobre um novo calendário, ela afirmou que este não foi disponibilizado ainda, pois não existe uma data de retorno. “A previsão é que possamos concluir este ano letivo em 2021”.
Roberto lembrou que a missão do Ifal é ofertar um ensino de qualidade e de referência, por isso nenhum aluno pode ficar “para trás” no processo de ensino-aprendizagem. “Nosso intuito é que nossos alunos possam ir para o mercado de trabalho com aquilo que melhor sabemos fazer que é ensinar, com todo esse conhecimento. Nessas pesquisas citadas pela Regina, detectamos que cerca de 50% do alunado da Rede Federal de Educação em Alagoas não têm acesso a alguma tecnologia para que possa ter aula remota”, acrescentou o gestor.
O diretor esclareceu que caso as aulas remotas fossem adotadas, muitos alunos não teriam a oportunidade de continuar seus estudos. “Esse grupo de alunos não pode pagar por conta de uma deficiência que não é culpa deles. A pandemia chegou e nós não podemos ser egoístas e querer resolver apenas um lado e deixar o outro sem aula. Por isso, decidimos que nenhum aluno ficará para trás neste processo. É importante lembrar que não só o campus está parado, mas todos os campi do Ifal, a Universidade Federal (Ufal), a Universidade Estadual (Uneal), entre outros”.
Normativas em discussão
Durante o encontro virtual, foram trazidas normativas que versam sobre a suspensão das aulas, como a Medida Provisória 934/2020, que dispensa escolas e universidades, em caráter excepcional da obrigatoriedade do cumprimento dos 200 dias letivos. Além disso, o aluno de Engenharia Civil, Gilson Leite, trouxe para a pauta o “Protocolo Sanitário e Distanciamento Social Controlado”, do Governo do Estado de Alagoas, em que são apresentadas datas prováveis de retorno para atividades no estado. O documento traz que instituições de ensino, shoppings, templos, igrejas, entre outros, estariam na fase verde que levaria a um possível retorno em 03 de agosto.
O documento está circulando em redes sociais e canais de comunicação alagoanos, no entanto, ele ainda não é definitivo.
“Em 30 de junho, numa próxima reunião do Colégio de Dirigentes, nós vamos discutir sobre esse retorno e como ele se daria. Seria um retorno gradativo para este ‘novo normal’, e sem dúvidas, esse documento será discutido neste encontro. A edução estar situada nessa fase é algo que não ocorre só em Alagoas, mas em outros estados e em outros países, porque o ensino exige aglomeração, movimento de alunos, tráfego de ônibus”, etc”, disse Roberto.
O gestor ainda acrescentou que os documentos do Ministério da Educação (MEC) também norteiam as reuniões. “Vamos discutir com base neste documento e nas normativas do MEC. Acredito que em 30 de junho, optando-se por voltar, será definida uma nova provável data, mas este retorno será gradativo e exige muita articulação para este ‘novo normal’ para o cumprimento de recomendações de transportes, salas, além de mudanças estruturais e de manutenção que vêm sendo feitas no campus”, detalha Roberto.