Policiais presos no Rio ajudavam aliados a escapar de flagrantes
Grupo formado por agentes na ativa explora 'gatonet' e mototáxi e vende cigarros ilegais na Zona Oeste.

A GloboNews teve acesso com exclusividade a vídeos e grampos que mostram como uma milícia atua na Zona Oeste do Rio.
A investigação começou depois que a Corregedoria da Polícia Militar recebeu um vídeo.
MPRJ prende 7 em operação contra milícia que atua na Zona Oeste do Rio
Nas imagens, o sargento Jorge Henrique da Silva, conhecido como Dô, apontado como chefe da milícia, aparece com outras quatro pessoas. Duas delas estão armadas, e dizem que aquele é o “Bonde do Dô”.
Segundo a denúncia do Grupo de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público do Rio de Janeiro, a milícia que atua na favela Asa Branca, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade, é responsável por vários crimes, como a exploração de sinal clandestino de TV a cabo, conhecido como “gatonet”, e a venda de cigarros contrabandeados do Paraguai.
Segundo a investigação, o braço direito de Dô na milícia, considerado o “02” da organização criminosa, é o sargento da PM Adelmo da Silva Guerini Fernandes, também alvo da operação.
Pagamento de propina
Mas os criminosos atuam principalmente na exploração ilícita de pontos de mototáxi, com cobrança de taxas dos mototaxistas. E, para que os motoqueiros em situação irregular possam circular, pagam propina a agentes públicos, como policiais militares.
Os promotores apontam ainda que havia um esquema de propinas a policiais militares dos batalhões de Jacarepaguá e do Recreio dos Bandeirantes, em troca de informações privilegiadas de operações policiais na região.
Os milicianos compartilhavam em grupos de mensagens os locais onde a polícia montava as operações. Em uma das conversas, um miliciano fala com o chefe do grupo - "Dô" - sobre uma operação da Lei Seca, em maio de 2019.
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