Entenda a relação entre Silvio Santos e a Lava Jato que viralizou nas redes
Uma matéria de agosto de 2019 passou a circular no Twitter como se fosse atual, sobre a delação de Adir Assad na Lava Jato
O apresentador e dono da emissora SBT, Silvio Santos , foi um dos assuntos mais comentados no Twitter na manhã desta segunda-feira (10). O nome do empresário apareceu ligado à delação do operador financeiro Adir Assad , detido pela Operação Lava Jato . A matéria que circulava nas redes sociais reportando o caso era, no entanto, datada de 29 de agosto de 2019, o que gerou confusão entre os internautas.
Devido a movimentação que levou o nome de Silvio Santos os Trending Topics Brasil , internautas chegaram a acreditar que o apresentador teria morrido.
Recortes descontextualizados da matéria da Folha de São Paulo com o título "Delator preso pela Lava Jato diz ter lavado dinheiro para Grupo Silvio Santos" fez parecer que a investigação era atual, principalmente porque os recortes compartilhados na rede social excluíam a data de publicação da notícia.
Perfis como o do jornalista José Norberto Flesch e o do deputado Nilton Tatto (PT-SP) chegaram a compartilhar a notícia sem fazer menção de que a informação era antiga.
Delação e Grupo Silvio Santos
Na altura das investigações que ocorreram no final de agosto de 2019, o Grupo Silvio Santos afirmou em nota para a Folha de São Paulo que não se manifesta a respeito por "desconhecerem o teor da delação".
"Aproveitamos para enfatizar que as empresas do GSS sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais", disse o Grupo .
Em depoimento, Adir Assad afirmou que lavou milhões de reais para o Grupo Silvio Santos por meio de contratos fraudados de patrocínio esportivo. No entanto, nos relatos Assad não mencionou especificamente o empresário Silvio Santos, mas apontou como um dos contatos no SBT o sobrinho de Silvio , Daniel Abravanel , e o uso da empresa que comercializa a Tele Sena.
Os contratos superfaturados teriam acontecido no final dos anos 1990, época em que segundo Assad o SBT tinha necessidade de fazer um caixa paralelo. A operação teria movimentado cerca de R$ 10 milhões naquele período.
O relatório da delação analisado pelo The Intercept Brasil alega que parte do dinheiro era devolvida em espécie a um diretor financeiro chamado Vilmar, em um escritório do SBT localizado no centro de São Paulo.