Estudo condiciona melhor qualidade de vida na pandemia à prática de exercício físico
Avaliação aponta que o exercício, mesmo quando executado em casa, pode induzir melhorias significativas na qualidade de vida e saúde mental
Um estudo revela que a pratica de atividades físicas condiciona uma melhor qualidade vida na pandemia. O trabalho foi desenvolvido pelo professor do curso de Educação Física do Centro Universitário de João Pessoa – Unipê, Bruno Teixeira Barbosa, e pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Estadual Vale do Acaraú, desenvolveram um estudo comparativo transversal sobre os benefícios da atividade física realizada em casa durante o confinamento da pandemia da Covid-19 na qualidade de vida e saúde mental em adultos.
O objetivo foi identificar se pessoas que continuaram praticando atividades físicas em casa (sem supervisão) durante o período de isolamento social apresentaram ou não uma melhor qualidade de vida, qualidade subjetiva do sono, atitudes alimentares e aspectos psicológicos (ansiedade, depressão e estresse). Para isso, o estudo comparou quem se manteve fisicamente ativo durante o confinamento e quem não realizou nenhuma atividade física (dividido em dois subgrupos). Eles estavam, em média, 40 dias isolados.
Participaram do estudo 89 pessoas, sendo 51 mulheres e 38 homens, de diferentes estados do Brasil, como Ceará, Piauí, Goiás, Sergipe, Pernambuco e Espírito Santo. Todas tinham de 18 a 30 anos, com peso normal ou até o limite máximo de sobrepeso (não chegavam a ser obesas). Elas foram convidadas a participar do estudo por meio de redes sociais em maio deste ano. Depois de passarem por uma triagem, foram excluídas quem consumia álcool regularmente, não se encontrava em confinamento desde março, fazia uso de drogas psicoativas e tinha um histórico de doenças psiquiátricas.
Os participantes foram divididos em três grupos: 34 praticavam atividades físicas domiciliares durante o confinamento, ao menos três vezes por semana, 28 fisicamente inativos durante o isolamento social, mas se exercitavam antes desse período, e 27 fisicamente inativas antes e durante o confinamento, sem ter realizado exercícios físicos nos últimos seis meses. O grupo que continuou praticando atividade física apresentou uma melhor qualidade de vida, níveis atenuados de ansiedade, depressão e estresse e uma qualidade subjetiva do sono mais eficiente em relação aos demais. Nenhum grupo mostrou sintomas de transtorno alimentar. Os resultados foram obtidos a partir dos relatos dos participantes, enviados de forma on-line.
Segundo o professor Bruno, o estudo foi feito de forma observacional, sem intervenção remota para incentivar ou orientar os participantes a praticarem atividades físicas, considerando o contexto de pandemia. “Se pegamos a qualidade de vida psicológica, com níveis atenuados de estresse, depressão e ansiedade, e ainda uma qualidade do sono melhor, mais eficiente, podemos dizer que o indivíduo está mais saudável nos aspectos físicos e mentais do que quem se manteve inativo fisicamente”, aponta.
Ainda segundo o especialista de Educação Física do Unipê, o estudo mostra que há alternativas para a prática de atividades físicas em relação ao mundo externo nesse período, apesar de considerar importantes a estrutura, os equipamentos e a socialização que as academias de musculação possibilitam aos praticantes. Para ele, o problema é não fazer exercício físico. “O exercício físico feito com o nosso próprio corpo já promove vários dos benefícios que conseguimos em academias de musculação. Então se você os faz, você consegue fazer com que o seu organismo funcione da melhor maneira possível”, pondera.
Além do professor Bruno, a equipe de estudo contou com a participação dos pesquisadores Luiz José Frota Solon Júnior, da Universidade Federal do Ceará; Leonardo de Sousa Fortes, da Universidade Federal da Paraíba; José Valdir Alves Feitosa Júnior, Carlos Henrique Tomaz Ribeiro e Luiz Vieira da Silva Neto, da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
Todos os instrumentos utilizados no estudo têm validação e reprodutibilidade científicas. O quantitativo de participantes conseguido para cada grupo representa um mínimo necessário para haver um tamanho amostral significante.
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