Saúde

Novo Sintoma: "Dedos de covid" podem durar até 150 dias em pacientes, mostra estudo

Por Reuters 30/10/2020 13h01
Novo Sintoma: 'Dedos de covid' podem durar até 150 dias em pacientes, mostra estudo
"Dedos de covid" podem durar até 150 dias em pacientes, mostra estudo - Foto: Reprodução

Uma nova análise feita por médicos do Hospital de Boston e pelo Global Health Dermatology, nos Estados Unidos, mostrou que pacientes com coronavírus podem ter o chamado "dedos de covid" por mais de cem dias. A condição é uma erupção cutânea que aparece nos pés dos pacientes, mesmo com a ausência de outros sintomas.

De acordo com uma matéria da BBC, publicada em maio desse ano, o problema dermatológico não é incomum, pode aparecer em pessoas mais jovens e durar vários dias.

Na nova pesquisa, feita com centenas de pacientes que tinham a doença, os cientistas observaram que alguns deles continuavam com os sintomas na pele por vários meses após o diagnóstico. Um paciente teve dedos de covid por 130 dias, já o outro permaneceu com os sintomas por 150 dias.

"Quando começamos a observar a duração dos sinais, alguns desses pacientes estavam apresentando sintomas duradouros. Alguns há mais de 60 dias", disse Esther Freeman, uma das autoras do estudo e diretora de dermatologia de Saúde Global do Hospital Geral de Massachusetts.


A especialista ressalta ainda que, infelizmente, não há muitas informações sobre um tratamento específico para esses pacientes. Porém, já é sabido que o problema dermatológico também provoca urticária, que pode durar cerca de cinco dias, e erupções papuloescamosas, que permanecem por 20 dias. Na nova análise, os pacientes que apresentavam o problema cutâneo também relataram tosse e fadiga persistente.

"Esses dados aumentam nosso conhecimento sobre como a covid-19 pode afetar vários sistemas de órgãos diferentes, mesmo depois que os pacientes se recuperaram de sua infecção aguda", disse Freeman em um comunicado à imprensa. "A pele pode fornecer uma janela visual para a inflamação que pode estar ocorrendo em outras partes do corpo."

Embora a pesquisa traga resultados promissores em relação a mais um sintoma da covid-19, a especialista afirma que o intuito não é causar pânico nas pessoas, e sim, entender como o problema persiste por tanto tempo em um grupo de pacientes.