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Rodrigo Constantino é demitido da Jovem Pan após dizer que castigaria a filha em caso de estupro

Fala do colunista de que não denunciaria estupradores de sua filha foi interpretada como apologia ao estupro

Por Revista Fórum 04/11/2020 21h09
Rodrigo Constantino é demitido da Jovem Pan após dizer que castigaria a filha em caso de estupro
Rodrigo Constantino - Foto: Reprodução

O colunista de extrema-direita Rodrigo Constantino anunciou, na tarde desta quarta-feira (4), que foi demitido da rádio Jovem Pan. A demissão teria relação com a fala que fez mais cedo, em seu canal do YouTube, que foi alvo de fortes críticas nas redes sociais e interpretada como apologia ao estupro.

“Vcs venceram uma batalha, parabéns! A pressão foi tão grande sobre a Jovem Pan, DISTORCENDO CLARAMENTE MINHA FALA, que não resistiram. Não os culpo. É do jogo. Quem me conhece e quem viu de fato sabe que eu jamais faria apologia ao estupro! Mas desde já estou fora da Jovem Pan”, escreveu em seu perfil do Twitter.

“Sou muito grato por tudo que a Jovem Pan fez, pelo espaço livre, pela confiança. Foi um período de trabalho intenso, muitas conquistas e crescimento”, completou Constantino.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, mais cedo, o colunista minimizou o caso de Mariana Ferrer, influenciadora que denunciou ter sofrido um estupro em Santa Catarina em um caso que ganhou holofote nacional, e sugeriu que a culpa por um abuso sexual seria da vítima e não do agressor ao dizer que castigaria sua filha se ela passasse por uma situação do tipo.

“Se minha filha chegar em casa, eu dou boa educação para que isso não aconteça, mas a gente não controla tudo, se ela chega em casa e fala: ‘pai, fui pra uma festinha e fui estuprada’. Eu vou falar: ‘Me dá as circunstâncias’. ‘Ah, fui pra uma festinha, eu e três amigas, tinha 18 homens, nós bebemos muito, tava ficando com dois caras e eu acabei dormindo. Fui abusada’. Ela vai ficar de castigo feio, eu não vou denunciar um cara desse pra polícia”, disparou Constantino.

Ele ainda atacou o movimento feminista: “Eu vou dar esporro na minha filha, porque alguma coisa ela errou feio. E eu devo ter errado pra ela agir assim, né? Porque é um comportamento completamente condenável, porque a gente não pode mais falar essas coisas hoje em dia, né? Que existe mulher piranha e mulher decente. Como falei aqui, o homem que faz isso não é decente, mas também não existe a ideia de mulher decente? As feministas querem que não, né? Porque feminista é tudo recalcada, ressentida e, normalmente, mocreia, vadia, odeia homem, odeia união estável, odeia casamento, odeia tudo isso. Só por isso”, prosseguiu.

A fala gerou revolta nas redes sociais e internautas passaram a pressionar a Jovem Pan para que demitisse o colunista. A jornalista Vera Magalhães, por exemplo, foi enfática: “Colegas e amigos da @JovemPanNews: há um limite ético e civilizatório até o qual se pode chegar. Apologia ao estupro ultrapassa em muito esses limites. Ou vocês reagem a isso de maneira clara ou serão sempre confundidos com essa escória moral, esse lixo humano. Não há escolha”.