Eleição para presidência da Câmara trava avanço da pauta no Congresso
A eleição para as presidências da Câmara e do Senado está prevista para 1º de fevereiro

Passadas as eleições municipais, o Congresso Nacional retomou os trabalhos nesta semana com o desafio de aprovar matérias importantes nas três semanas que sobram até o início do recesso parlamentar, que oficialmente começa em 22 de dezembro.
A pauta a ser votada vai desde a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que fixa as bases para a elaboração do Orçamento da União, até propostas de ajuste fiscal nas contas públicas, extremamente afetadas pelos gastos extras com a pandemia da Covid-19.
O desafio, porém, será grande. Além do tempo curto, a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, previstas para 1º de fevereiro do próximo ano, vem provocando fissuras e atritos entre partidos do Centrão e o atual comando do legislativo, travando a pauta.
Líderes de siglas do Centrão ligadas ao Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não se entendem sobre as prioridades. De um lado, Maia quer aprovar a PEC da reforma tributária na Casa ainda em dezembro.
O Centrão “governista”, porém, não aceita e decidiu obstruir as votações no plenário. A avaliação de parlamentares desse grupo é de que a aprovação da reforma cacifaria Maia para se reeleger ou eleger um sucessor de seu agrado no comando da Câmara, em fevereiro.
A obstrução é comandada pelo líder do Progressistas na Casa, deputado Arthur Lira (AL). O parlamentar alagoano é um dos principais pré-candidatos à sucessão de Maia e é considerado o nome favorito do presidente Jair Bolsonaro na disputa.
A disputa entre Maia e Lira já travou a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO). Os dois grupos queriam o comando do colegiado. A falta de consenso obrigou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a pautar a LDO diretamente no plenário do Congresso.
Alcolumbre marcou a votação para 16 de dezembro. Sem a votação da proposta, o governo corre o risco de não poder executar o Orçamento da União em 2021. O Orçamento do próximo ano de fato, aliás, só deve ser votado pelo Congresso em fevereiro de 2021.
Em meio a essa disputa, o governo propôs avançar nas chamadas microrreformas, como a autonomia do Banco Central – já aprovada pelo Senado – e o projeto de incentivo à cabotagem, navegação entre portos pela costa brasileira.
O presidente da Câmara até enxerga algumas dessas pautas com bons olhos, mas avalia que não são prioridade. Maia propôs um acordo: aceitaria pautar essas propostas, desde que governo trabalhasse pela aprovação da reforma tributária em dezembro. O Planalto não topou.
PEC Emergencial
Diante desse imbróglio político, a tendência é aprovar apenas a LDO. Há uma articulação para tentar votar a PEC emergencial. A proposta é considerada prioritária, pois prevê gatilhos para evitar furar o teto de gastos, regra que impede os gastos de crescerem acima da inflação.
As outras pautas importantes ficam para depois de fevereiro de 2021, quando o Congresso retomará os trabalhos já com novos presidentes da Câmara e do Senado eleitos -- ou velhos presidentes reeleitos. O próprio Planalto e a equipe econômica já estão cientes disso.
O diagnóstico de ministros do governo é de que, para garantir a eleição de alguém mais alinhado ao presidente Jair Bolsonaro no comando da Câmara, vale a pena esperar para avançar nas reformas e propostas de ajuste fiscal somente no próximo ano.
Veja também
Últimas notícias

Morre empresária arapiraquense Maria de Lourdes esposa de José Mazzarope

Infectologista da Sesau alerta sobre como se proteger de doenças virais respiratórias

Lula reclama do preço do ovo e procura por ‘ladrão’: ‘Alguém está passando a mão’

Indústria de Alagoas pode reduzir captação de mananciais com reúso de efluentes

Paulo Dantas entrega pavimentação em Major Izidoro

Tia Júlia visita obras de reforma e ampliação do CRAS de Palmeira dos Índios
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
