Universidades resistem a retorno presencial e MEC decide revogar portaria
A portaria reafirma a postura negacionista do governo federal, que durante todo o ano de 2020 trabalhou em favor do vírus e contra a saúde

Após pelo menos dez universidades federais afirmarem que não iriam retornar às aulas presenciais no dia 4 de janeiro, o Ministério da Educação decidiu revogar a portaria publicada nesta quarta-feira (2) que definiu o retorno das aulas para a primeira semana de 2021.
A portaria gerou resistência por parte de diversas universidades. "A Universidade Federal da Bahia reafirma que não colocará em risco a vida de sua comunidade, nem deixará de cumprir, com autonomia, sua missão própria de ensino, pesquisa e extensão", afirmou a instituição em nota assinada pela reitoria.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) disse que recebeu a decisão com surpresa, e que deverá seguir com a suspensão das aulas, se valendo de "critérios técnicos e científicos" para suas decisões institucionais. A UFRJ também afirmou que cumprirá sua missão "com autonomia".
A Universidade de Brasília (UnB) também discordou da decisão, por meio de uma nota de sua reitoria."A Universidade de Brasília reitera que não colocará em risco a saúde de sua comunidade. A prioridade, no momento, é frear o contágio pelo vírus e, assim, salvar vidas", informou a universidade. "A volta de atividades presenciais, quando assim for possível, será feita mediante a análise das evidências científicas, com muito preparo e responsabilidade." Universidades como a Federal de São Paulo (Unifesp), do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Espírito Santo (Ufes) foram na mesma linha.
O Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif),foi mais duro: "Tal ato arbitrário demonstra, mais uma vez, o desrespeito ao artigo 207 da Constituição Federal e à Lei de Criação dos Institutos Federais", escreveu. O Conif reúne as instituições de ensino superior, Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro.
Alguns dos posicionamentos evitaram o confronto aberto com o poder público: a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com sede em Recife, disse em comunicado que "seu plano de funcionamento vigente, aprovado pelos Conselhos Superiores da Instituição, segue até março de 2021", e que um novo plano de funcionamento das atividades acadêmicas deverá ser abordado até 2021, levando em consideração uma construção coletiva.
Entidades de representação de alunos e professores se mostraram contrárias ao texto. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) afirmou em nota que "A portaria reafirma a postura negacionista do governo federal, que durante todo o ano de 2020 trabalhou em favor do vírus e contra a saúde de todo(a)s o(a)s brasileiro(a)s. Um governo que nega a ciência e desarma todos os esforços para mitigar a disseminação do vírus em nossa sociedade”, afirmou a entidade.
Últimas notícias

Sesau discute fluxo de acesso a medicamento que evita infecções em recém-nascidos

Mulher é vítima de ameaças por parte do ex-companheiro em Olho d’Água do Casado

Entregadores por aplicativo protestam na Avenida Fernandes Lima, em Maceió

Paraguai investiga ataque hacker do Brasil, que culpa gestão Bolsonaro

Protagonismo das vereadoras na Câmara de Maceió fortalece a defesa pelos direitos das mulheres

Compras em sites internacionais ficam mais caras, a partir desta terça (1º), em AL
Vídeos e noticias mais lidas

Alvo da PF por desvio de recursos da merenda, ex-primeira dama concede entrevista como ‘especialista’ em educação

12 mil professores devem receber rateio do Fundeb nesta sexta-feira

Filho de vereador é suspeito de executar jovem durante festa na zona rural de Batalha

Marido e mulher são executados durante caminhada, em Limoeiro de Anadia
