36 pesquisadores dizem não ter tido acesso a plano de vacinação que assinam
O Ministério da Saúde anunciou que deverá fazer a apresentação pública do documento na próxima quinta-feira (17), e que pode alterar o plano.
Um grupo de 36 pesquisadores que compõem o chamado "eixo epidemiológico" do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19 lançou na noite deste sábado (13) uma nota pública onde dizem não ter tido acesso ao documento enviado pelo Ministério da Saúde ao Supremo Tribunal Federal (STF), e que contam com suas assinaturas.
Segundo os pesquisadores, o arquivo, encaminhado pela pasta à suprema corte e que detalha os planos de vacinação da população brasileira, apesar de conter seus nomes, não foi a eles apresentado e não tinham seus consentimentos.
"O grupo técnico assessor foi surpreendido no dia 12 de dezembro de 2020 pelos veículos de imprensa que anunciaram o envio do Plano Nacional de Vacinação da covid-19 pelo Ministério da Saúde ao STF", inicia a nota pública.
Os pesquisadores –integrantes de centros como a Fiocruz, o Instituto Butantan e a Organização Pan-Americana de Saúde, entre outras– dizem ser contrários à retirada de grupos prioritários no documento apresentado, e também demonstraram preocupação com o fato de que vacinas em estudo e consideradas seguras e eficazes estariam de fora da lista.
O documento de 94 páginas encaminhado ao Supremo fala na aplicação de 108 milhões de doses, mas não aponta nenhuma data específica para o início da vacinação.
O Ministério da Saúde anunciou que deverá fazer a apresentação pública do documento na próxima quinta-feira (17), e que pode alterar o plano.