Acusado de matar enteado em 2019 é condenado a mais de 49 anos por crimes de estupro e tortura
A decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico desta quarta-feira (3) e assinada pelo juiz Alexandre Machado
José Roberto de Morais, suspeito de matar o pequeno Danilo Almeida, de 7 anos, foi condenado pela Justiça a 49 anos, um mês e cinco dias de prisão por estuprar, torturar e manter a esposa e a enteada em cárcere privado.
A decisão, publicada no Diário da Justiça Eletrônico desta quarta-feira (3), é do juiz Alexandre Machado, do Juizado Especial Cível e Criminal e da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Arapiraca.
José Roberto morou de 2002 a 2010 em Arapiraca, período em que conviveu em união estável com uma mulher, que tinha uma filha de nove anos de idade. De acordo com a sentença, a companheira e sua filha não podiam sair sem permissão, chegando a proibir a menina de estudar.
Na época, o réu tinha uma oficina para bicicletas que facilitava a vigilância permanente das vítimas. Os vizinhos perceberam que mãe e filha não podiam sair de casa e nem conversar com outras pessoas sem que ele se aproximasse. As vítimas só eram vistas fora de casa quando estavam ajudando o réu no trabalho da oficina.
Além dessa condenação, José Roberto ainda é apontado pelo assassinato do enteado, Danilo Almeida, morto em outubro de 2019.
"A prova decorre, em especial, da palavra da vítima a qual narrou que sofria abusos sexuais durante todo o período de coabitação com o réu em Arapiraca. Suas declarações foram extremamente coerentes, claras, diretas, assertivas e são convergentes ao que está posto na fase pré-processual. [...] A vítima narrou que o réu tentava ter um 'caso' com ela e que afirmava 'que ela seria dele de qualquer jeito'. [...]".
As vítimas também eram espancadas para obedecê-lo. Em uma das ocasiões, após espancar a companheira, o réu a teria levado para o banheiro onde a agrediu e tentou afogá-la enfiando sua cabeça no vaso sanitário. Segundo a vítima, a violência foi interrompida pela chegada de um cliente do réu, que foi atendê-lo como se nada tivesse acontecido.
Ainda de acordo com a sentença, foi depois de o réu ter determinado que uma das vítimas fosse até uma funerária para escolher a urna que seria usada no enterro delas que mãe e filha conseguiram fugir de casa com a ajuda dos vizinhos. Em sua decisão, o magistrado Alexandre Machado destacou que o réu era temido por todos que o conheciam e, na fase processual, houve relato de que ele ameaçava os vizinhos, se embriagava e proferia diversos palavrões.
"No caso, a reprovabilidade é extremamente acentuada porque a vítima era submetida a intenso terror, acima do que se vê em casos análogos. Em especial, a tortura ocorria na presença de sua genitora, a outra vítima, a ponto dessa última cogitar com sua filha de se matarem, tomando "chumbinho" ou "se jogando embaixo do carro", porque não tinham como escapar do tamanho sofrimento impingido pelo réu. Tal situação submeteu a menor de idade a uma situação de extrema violência psicológica, que atenta de forma intensa contra os direitos humanos, em especial à Convenção de Belém do Pará (Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher)", comentou o juiz.
Últimas notícias
Criança de 4 anos entra em máquina de bichos de pelúcia; ‘Eu fiquei apavorada’, diz mãe
Trapezista morre após despencar dez metros durante apresentação em Sergipe
Prefeitura entregará Kits da 24ª Corrida da Emancipação de Arapiraca no Ginásio João Paulo II
Mais de 350 famílias de quilombolas conquistam o direito à água em Arapiraca
Veículo pega fogo e fica completamente carbonizado em Palmeira dos Índios
Dólar abre em queda após reunião entre Lula e Trump e com expectativa de acordo entre EUA e China
Vídeos e noticias mais lidas
Tragédia em Arapiraca: duas mulheres morrem em acidente no bairro Planalto
Militares lotados no 14º Batalhão de Joaquim Gomes prendem homem suspeito de estrupo de vulnerável
[Vídeo] Comoção marca velório de primas mortas em acidente de moto em Arapiraca: 'perda sem dimensão'
Vídeo mostra momentos antes do acidente que matou duas jovens em Arapiraca; garupa quase cai
