Educação

Volta às aulas: escolas particulares têm retorno massivo de alunos em Arapiraca

Unidades retomam aulas presenciais adotando protocolos sanitários e ensino híbrido

Por 7Segundos 08/02/2021 07h07 - Atualizado em 08/02/2021 08h08
Volta às aulas: escolas particulares têm retorno massivo de alunos em Arapiraca
Após ver medidas adotadas por escola, Jacqueline Tenório ficou tranquila em mandar filhas para escola - Foto: Arquivo Pessoal

Quase um ano após o início da pandemia e da suspensão das aulas presenciais em todo o Estado, crianças e adolescentes estão retomando a rotina de arrumar a mochila, vestir a farda e seguir para a escola. Em Arapiraca, unidades de ensino particular com Educação Infantil estão iniciando a terceira semana de aulas presenciais. E apesar de as escolas oferecerem também a modalidade EAD (ensino à distância), a maioria dos pais está mandando os filhos para a escola.

"Minhas filhas estão indo para as aulas presenciais porque senti segurança por parte da escola e das professoras", afirma Jacqueline Tenório, mãe de duas meninas, uma de 3 anos que está no Maternal e outra de 8 anos que estuda o 3º ano na Escola Santa Esmeralda.

A mãe relata que, no início pensava em colocar apenas a filha mais velha na escola este ano, mas o pai matriculou as duas. "Quando fui à escola e vi todos os cuidados que eles estão tomando, verificando a temperatura, com uma quantidade pequena de alunos por turma, e todos os cuidados na hora do lanche e do intervalo, isso me deixou mais tranquila", declarou.

Ela conta que a escola também adotou horários diferentes de saída das turmas e que, no intervalo, as crianças deve ficar sentadas e distantes entre si após fazerem o lanche dentro da sala. Além disso, a escola sempre pergunta se as crianças estão com algum sintoma gripal, porque até mesmo em casos de gripe comum, a recomendação é de que o aluno fique em casa. "Ficava preocupada se a minha filha menor ficaria de máscara o tempo todo, mas as professoras garantiram que sempre pedem pra colocar a máscara e que como todos estarão usando não tem risco", ressaltou.

Em Arapiraca, as escolas particulares deram início às aulas do Ensino Infantil no dia 25 de janeiro, para que a primeira semana fosse de acolhimento e adaptação das crianças menores. As aulas do Ensino Fundamental começaram na última segunda, 1º de Fevereiro. As coordenações das escolas informaram aos pais que, neste início de ano letivo as aulas serão híbridas, ou seja, as turmas serão divididas em duas e assim, os alunos têm aula presencial uma semana e na seguinte aulas remotas. Essa foi a maneira encontrada para reduzir a quantidade de alunos no espaço dentro das salas de aula, garantindo o distanciamento entre as carteiras.

De acordo com o Sindicato das Escolas Particulares (Sindpar) há vários meses as escolas particulares já haviam adotado as providências necessárias para o retorno das aulas, com segurança para alunos, professores e demais funcionários das unidades. O retorno massivo dos alunos também era esperado.

"Tem a questão da necessidade dos pais que trabalham fora, por conta da dificuldade em ter com quem deixar as crianças e principalmente a questão da confiança. De todos os ambientes que a criança pode frequentar, a escola é o mais seguro. Na Educação Infantil é um pouco diferente, como o ensino só é obrigatório a partir dos 4 anos, alguns pais preferiram protelar. Mas a dificuldade que se imaginava, que era das crianças menores ficarem de máscara o tempo, nos surpreendeu. Os pequenos são até mais conscientes que os adultos quanto ao uso de máscara", ressaltou o presidente do Sindipar, João Paulo.

Em relação ao ensino híbrido, o sindicalista explicou que a alternativa foi o meio encontrado pelas escolas para cumprir os decretos da pandemia, que define a quantidade máxima de alunos pelo tamanho da sala de aula. "Não é uma opção dos pais, e também não precisa ser aplicado se a escola encontrar outros meios para manter as aulas presenciais, como por exemplo usar uma sala que anteriormente estava ociosa. As escolas também podem definir como as aulas à distância serão ministradas, conforme a realidade delas", ressaltou.

As escolas também deram opção para os alunos fazerem apenas as aulas remotas. Neste caso, os pais assinam um termo de responsabilidade e são informados que o valor das mensalidades será integral. "A modalidade de ensino remoto é uma opção dada aos pais, que está regulamentada para aqueles que optam por manter as crianças em casa neste momento e, por isso o modelo híbrido é importante. O que não pode é as crianças ficarem fora da escola. Se a família está passando por dificuldades e não tem condições de manter o filho na mesma escola, a rede pública tem que absorver. O que não pode é a criança não estar matriculada", ressaltou.

Crianças em casa

De fato, alguns pais de aluno permanecem apreensivos e optaram por manter as crianças em casa no momento. É o caso de Roberta dos Santos Ferreira, que tem dois filhos: o mais velho, de 9 anos, estuda o 3º ano do Ensino Fundamental; e o caçula, de 4 anos, iniciou o Jardim I. Ela matriculou os dois meninos, comprou os livros e o material escolar solicitado, mas eles vão continuar estudando em casa.

"Seria muito mais prático para mim mandar meus filhos para a escola e concordo que o aprendizado nas aulas presenciais não é igual quando eles assistem pelo computador e sei que meus filhos sentem falta dos colegas. Mesmo assim, assinei um documento na escola informando que não irei mandá-los para as aulas presenciais", declarou. A mãe conta que trabalha fora e que os filhos passam o dia na casa dos avós maternos e que a decisão foi influenciada pelo contato diário das crianças com os mais velhos da família.

"Mesmo com todas as medidas que a escola vem adotando, conheço meus filhos. O caçula não ficaria com a máscara no rosto a manhã toda e, apesar de todos os cuidados da escola, se uma criança for pra aula contaminada, será impossível impedir a transmissão. Muita gente fala que as crianças, quando pegam Covid, raramente tem complicações e muitas delas sequer sintomas, mas podem transmitir a doença. E se meu filho pegar a doença e for um desses casos raros? E se ele passar para meus pais, que são idosos? Não critico quem manda os filhos para a escola, mas eu não posso correr esse risco", admitiu.